De acordo com a epidemiologista de doenças infecciosas e diretora de epidemiologia da Faculdade Robert Stempel de Saúde Pública e Serviço Social da FIU, Dra. Mary Jo Trepka, mesmo com o declínio de casos de Covid-19 nos EUA e a esperança criada diante dos vários imunizantes, a vacinação pode levar anos para conseguir alcançar a maioria da população.
A análise da médica se dá após as últimas projeções do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), que indicou uma queda considerável nos casos da Covid-19 que poderá ser observada até o mês de julho. Isto, claro, se se as vacinações continuarem, as pessoas usarem máscaras quando apropriado e manterem o distanciamento social.
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Entretanto, apesar da boa notícia, em entrevista ao site científico Medical Xpress, a especialista alertou que a situação não se resolve de forma tão simples assim, já que o vírus SARS-CoV-2 continuará existindo por um bom tempo entre nós e a campanha de vacinação levará anos. Principalmente em alguns lugares, onde o programa se desenvolve de forma mais lenta que o normal.
“O problema é que o SARS-CoV-2 ainda existirá por um tempo. Levará anos até que a maioria da população mundial seja vacinada. Só porque os casos estão diminuindo, não significa que o problema desapareceu. Atualmente, atendemos a menos de 1.000 casos de Covid-19 por dia no condado de Miami-Dade. Isso nos leva de volta ao ponto em que estávamos no final de outubro, mas certamente não é o nível mais baixo que tivemos desde o início da pandemia”, explicou a médica.
No quesito vacinação, a Dra. ainda ressaltou a urgência de começar a vacinar adultos jovens que, agora, fazem parte do público com maior contágio e internações.
“Primeiro, a maior parte da transmissão agora ocorre entre adultos jovens. Entre as hospitalizações recentes, uma porcentagem maior é de pessoas mais jovens.. Estamos vendo isso porque um percentual maior de pessoas mais velhas já tomou a vacina, o que tem ajudado na queda de internações e mortes, enquanto a maioria dos mais jovens ainda não está vacinada”, disse ela, que salientou não ser possível alcançar “imunidade coletiva se os jovens não forem vacinados.”
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Vacinação contra Covid-19 para crianças e adolescentes
Recentemente, a Pfizer solicitou autorização para uso de sua vacina para adolescentes entre 12 e 15 anos nos EUA e na Europa. O produto mostrou 100% de eficácia. Além dela, a BioNTech e a farmacêutica Moderna também possuem imunizantes esperando sinal verde para o registro.
Na noite desta quinta-feira (6), a Moderna, inclusive, apresentou em nota dados com resultados dos testes de sua vacina, que apontou 96% de eficácia entre adolescentes de 12 a 17 anos.
Para a epidemiologista, “é importante que as pessoas nessa faixa etária sejam vacinadas para que possam voltar à vida escolar normal, incluindo clubes escolares e esportes.” Ela ainda ressaltou que é essencial que os pais tenham consciência da gravidade da doença e, assim que liberado, vacinem seus filhos.
“As pessoas precisam entender que Covid-19 pode ser uma doença grave, mesmo em crianças. Na Flórida, 16 crianças morreram de Covid-19 e 1.689 crianças foram hospitalizadas. Além disso, uma das coisas que observamos em crianças como resultado de uma infecção por Covid-19 é que elas estão sofrendo de síndrome inflamatória multissistêmica. É uma condição que atinge gravemente os órgãos das crianças, e essas crianças acabam sendo hospitalizadas. Até agora, tivemos 181 crianças com essa síndrome na Flórida”, alertou a profissional, que ainda deixou um recado aos responsáveis pelos menores de idade.
“Se você é pai ou mãe, precisa saber sobre os riscos da Covid-19 para as crianças. Vacinar as crianças contra Covid-19, uma vez que a vacina seja autorizada para sua faixa etária, irá protegê-las contra esses riscos e ajudará a proteger outras pessoas na família e na comunidade com as quais estão em contato”, finalizou.
Na última quarta-feira (5), o Canadá se tornou o primeiro país a autorizar o imunizante da Pfizer para a faixa etária de 12 a 15 anos.
Fonte: Medical Xpress
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