Desde o começo da pandemia da Covid-19 aguardamos pelo momento em que as coisas vão voltar “ao normal”. Com a vacinação avançando, ainda que de forma lenta, fica a dúvida: como vai estar o mundo quando a maioria das pessoas estiverem imunizadas?
Primeiramente é importante ressaltar que as vacinas aplicadas até aqui não impedem completamente a transmissão, pelo menos até onde se sabe. Ou seja, mesmo vacinado ainda é importante manter as recomendações de uso de máscara e distanciamento social até que a situação esteja sobre controle.
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“As vacinas atuais não devem ser como a da Febre Amarela, que só uma dose protege para o resto da vida. Os imunizastes contra Covid-19 são diferentes e devem ser reaplicados depois de um tempo”, explicou presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Guimarães da Fonseca, em entrevista ao Olhar Digital há algumas semanas.
Especialistas da Universidade de Chicago publicaram uma análise para tentar entender o quadro da doença no futuro e quando as coisas vão voltar ao normal após a vacina. “Portanto, a vacina é um presente complexo. Ambos dão a sensação de que você está protegido, mas não devem dar a sensação de que você é livre para fazer o que quiser”, diz Laurie Zoloth, professora de religião e ética da instituição.
O mundo normal pós-covid-19?
“A natureza desta pandemia é tal que sua escolha pessoal afeta a esfera pública. Então quando você fala: ‘Não vou tomar vacina, mas quero o direito de continuar trabalhando. Quero o direito de entrar no avião e o direito de ir e ouvir ópera. ‘ O que você está fazendo é impor esse risco a mim e a qualquer pessoa da comunidade que possa ser mais vulnerável”, completa ainda.
Outro ponto destacado são os “passaportes de vacina” que podem ser necessários para a circulação em alguns locais durante um tempo. A expectativa é que verificação seja feita por um QR Code em aplicativos oficiais ou autorizados pelos governos.
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“Em áreas urbanas, onde muita atividade econômica depende da interação das pessoas entre si, e onde a densidade populacional realmente aumenta o risco de infecção, acho que os passaportes de imunidade podem desempenhar um papel mais importante no incentivo às pessoas à medida que a campanha de vacinação continua encorajando as pessoas a realmente se envolverem na atividade econômica”, disse Anup Malani, professor de direito da Universidade de Chicago.
Brenda Battle, Vice-Presidente Sênior, Transformação da Saúde Comunitária da instituição de ensino ressalta uma mudança na saúde, para evitar que outras doenças desse tipo surjam e garantir uma vacinação mais rápida para todos os países. “Os líderes cívicos precisam usar seu privilégio para defender as comunidades que foram marginalizadas e sofreram as disparidades que vimos reveladas por meio desta vacina Covid-19″, explicou.
Sobre quando as coisas devem começar a se normalizar existe ainda uma incerteza sobre cada país, já que o avanço da vacinação varia muito. No Brasil, o Ministério da Saúde chegou a afirmar que toda a população seria vacinada até dezembro. Mas com os atrasos recentes essa meta dificilmente será mantida. O mais provável é que todo mundo esteja vacinado no primeiro semestre de 2022. No entanto, os especialistas ressaltam que até o fim desse ano vai dar para ter uma noção de como vai ser o “novo normal” pós Covid-19.