Os bancos investiram R$ 25,7 bilhões em tecnologia no ano passado — alta de 8% em comparação com os aportes feitos no ano anterior (R$ 23,9 bilhões). A informação foi divulgada na última quinta-feira (24), com base no levantamento de tecnologia bancária 2021 (ano-base 2020) da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), durante o evento CIAB Febraban.
Com esse aumento, o setor bancário tornou-se o segundo maior investidor em tecnologia no Brasil (14%), atrás apenas dos governos (15%). A mesma situação é vista em âmbito global, o que indica que as instituições financeiras brasileiras têm acompanhado os aportes realizados no mundo todo.
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Os aportes em softwares dominaram os investimentos feitos pelos bancos em TI, totalizando R$ 14,4 bilhões do valor total. O restante do montante contabilizou investimentos em hardware (R$ 8,6 bilhões) e em telecomunicações (R$ 2,7 bilhões).
IA e segurança cibernética
De acordo com os 21 bancos que participaram do levantamento da Febraban, os investimentos tiveram como prioridade a inteligência artificial (IA), segurança cibernética e o trabalho remoto, este último, amplamente difundido por conta da pandemia de coronavírus.
Não à toa, a IA foi a “queridinha” dos bancos: 93% dos participantes destacaram a tecnologia como prioridade, com destaques nas áreas de atendimento ao cliente, aplicações de biometria, operações de crédito, setor jurídico e automação robótica de processos (RPA).
“IA não é só para dar mais eficiência, mas ela mitiga o risco no back office. IA dá maturidade aos controles dos processos”, afirmou Sérgio Biagini, sócio líder da Deloitte para a indústria de Serviços Financeiros no Brasil.
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A segurança cibernética, por sua vez, respondeu por 10% dos investimentos em TI no ano passado, totalizando um aporte de R$ 2,5 bilhões. O assunto, inclusive, torna-se cada vez mais importante à medida que os regimes home office e híbrido são adotados pelas instituição financeiras e com a chegada do Open Banking no país.
“Os investimentos são massivos em cibersegurança. Os canais digitais são seguros. Os golpes acontecem em cima de engenharia social: o meliante entra em contato com o cliente e o convence a passar as informações, por exemplo”, apontou Rodrigo Mulinari, gerente-geral de TI do Banco do Brasil e diretor setorial de TI da Febraban.
Digitalização bancária
O levantamento constatou ainda a consolidação dos canais digitais para as operações dos bancos: pela primeira vez na história, o mobile banking representou mais da metade do total das transações bancárias. Internet banking e ATMs completaram o top 3 dos meios utilizados para as transações.
Também foi observado uma queda de 45% nos saques em agências bancárias e uma baixa de 18% nos saques em ATMs, o que comprova a substituição dos papéis físicos por cartões de crédito, de débito e carteiras digitais pelos brasileiros.
E toda essa digitalização das operações bancárias teve um forte aliado: o PIX. Até maio deste ano, 93,6 milhões de usuários estavam cadastrados na modalidade, de acordo com o Banco Central, e o meio de pagamento foi um grande impulsionador para os investimentos dos bancos em TI.
E o uso do PIX deve tornar-se ainda mais presente na vida dos brasileiros já que, em breve, o BC deve anunciar as novidades PIX Saque e PIX Troco para facilitar ainda mais as operações.
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