Cidades de diferentes partes do Brasil receberam medicamentos sem eficácia contra a covid-19 para compor o kit oferecido como tratamento a pacientes infectados. Agora, um levantamento do Ministério da Saúde em dez municípios com mais de 100 mil habitantes aponta que nove deles registram taxa de mortalidade por Covid-19 mais alta do que a média estadual.
Embora os dados não permitam concluir que a prescrição dos medicamentos sem eficácia contribuiu para a mortalidade de pacientes, eles demonstram que não salva vidas. Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), que segue preceitos semelhantes aos da Sociedade Americana de Infectologia, não existe tratamento precoce para a Covid-19.
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Parintins, no Amazonas, foi a única exceção entre as cidades pesquisadas. Lá, a taxa de mortalidade é 1,3% menor do que a média do Estado. As outras nove cidades que compõem o levantamento são Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Natal (RN), Cuiabá (MT), Boa Vista (RR), Jundiaí (SP), Gravataí (RS), Itajaí (SC) e Cachoeirinha (RS).
A maior diferença foi encontrada em Itajaí. A cidade tem 133 óbitos por covid-19 a cada 100 mil habitantes, o que representa uma taxa de mortalidade 58,3% mais alta do que a do Estado. Já em Natal, o índice é 57,1% mais alto do que o do estado. Em Cuiabá, a mortalidade foi 50,7% mais elevada do que no Estado de Mato Grosso como um todo.
A montagem do kit segue as diretrizes de um protocolo do Ministério da Saúde. Tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, defendem o uso de hidroxicloroquina ou cloroquina para evitar mortes pela doença.
Os medicamentos do kit variam. Entre os dez municípios pesquisados, apenas três não incluíram a hidroxicloroquina entre os remédios. Um deles é justamente Parintins, o único que teve taxa de mortalidade inferior à de seu Estado. Todos incluíram o antibiótico azitromicina (contraindicado no estágio inicial da doença) e o antiparasitário ivermectina (sem eficácia comprovada).
Via: UOL
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