Entidades internacionais, empresas multinacionais e governos estrangeiros já estão se mobilizando para o maior projeto de imunização da história, que acontecerá em 2021. A premissa para a movimentação mundial é a que diz que uma vacina não salva vidas, mas que a vacinação, sim.
De acordo com os responsáveis pelo projeto de imunização em massa, descobrir o soro eficaz contra a Covid-19 é apenas o início dos esforços. Depois de encontrada a solução, ainda é preciso pensar na distribuição, venda, armazenamento e aplicação da vacina. Problemas nessas etapas podem deixar bilhões de pessoas sem a dose. Para evitar contratempos, a operação já começou nos bastidores.
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Já pensar no processo de vacinação é tão importante quanto encontrar o imunizante eficaz. Imagem: PhotobyTawat/Shutterstock
Um exemplo é o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), órgão das Nações Unidas que já está estocando insumos em um armazém localizado na Dinamarca. A instituição não está esperando pela definição de qual vacina eficaz chegará primeiro ao mercado. Para a Unicef, o que importa é que o imunizante esteja disponível para todos.
Tanto é que a instituição já embalou e aprontou o envio de 500 milhões de seringas, metade da primeira meta de aplicações mundiais da vacina contra o coronavírus. “Vacinar o mundo contra a Covid-19 será um dos maiores empreendimentos de massa da história da humanidade, e precisaremos nos mover tão rapidamente quanto as vacinas possam ser produzidas”, explicou Henrietta Fore, diretora-executiva da Unicef.
Condições de armazenamento podem representar empecilho para distribuição das vacinas
Além do soro eficaz e da preparação dos insumos, existem algumas exigências de armazenamento. Dos 40 imunizantes em fase de testes, muitos vão precisar de freezers com baixas temperaturas para conservação. Isso será um desafio em alguns locais pelo mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a previsão é que um imunizante eficaz precise ser mantido entre 8 e 2 °C. Só essa exigência já pode inviabilizar a vacina para cerca de três bilhões de pessoas.
Contudo, as empresas já estão criando soluções para futuros problemas como esse. A Pfizer, desenvolvedora de um dos possíveis imunizantes, criou uma caixa própria para seus soros capaz de conservar as vacinas na temperatura necessária por cerca de 10 dias.
União Europeia não discute imunizante, mas se preocupa com vacinação
A pressa da União Europeia em estabelecer os meios para a vacinação coincide com a nova onda de contaminações pelo coronavírus na Europa, que bateu taxas inéditas nos últimos dias após meses de um suposto controle da pandemia. A Espanha, por exemplo, foi o primeiro país europeu a atingir um milhão de casos confirmados na última quarta-feira (21).
A título de comparação, a Europa superou as Américas em número de novos infectados na última semana. Foram 920 mil casos europeus contra 750 mil casos americanos. “Já fomos surpreendidos uma vez. Não dá para aceitar um novo fracasso”, afirmou um alto funcionário da OMS.
Não à toa, a OMS designou uma equipe que já começou a trabalhar para estabelecer canais de distribuição e para ajudar governos no processo. Além disso, ficou estabelecido que profissionais de saúde, idosos e pessoas com certas doenças serão prioridade na fila dos imunizantes.
Via: Uol