A Merck divulgou uma pesquisa feita com seu comprimido de combate à Covid-19, Molnupiravir, nesta sexta-feira (1). Os resultados mostram que o medicamento tomado nos primeiros cinco dias de sintomas da doença é capaz de reduzir as hospitalizações e mortes em 48%.
De acordo com os dados da farmacêutica, a pesquisa acompanhou 775 adultos com Covid-19 em seus estágios iniciais e risco de desenvolver sintomas mais graves por conta de pelo menos uma comorbidade. Metade do grupo recebeu o comprimido enquanto a outra metade tomou placebo.
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Entre os que receberam o medicamento, 7,3% precisam de hospitalização após o agravamento da doença. Enquanto no grupo que não tomou o remédio, foram 14,1% os hospitalizados. Além disso, não foram registradas mortes no grupo com o medicamento e na parcela de controle foram 8 óbitos.
Os resultados positivos fizeram a farmacêutica interromper os testes de fase 3 para entrar com o pedido de uso emergencial na Food And Drug Administration (FDA), a agência regulatória dos Estados Unidos. A principal vantagem do comprimido da Merck é o fato do tratamento poder ser feito em casa, reduzindo as internações e aliviando o sistema de saúde.
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Comprimido da Merck contra a Covid-19
“Tratamentos antivirais que podem ser tomados em casa para manter as pessoas com Covid-19 fora do hospital são extremamente necessários”, disse Wendy Holman, CEO da Ridgeback, empresa do ramo de remédios que também atuou nas pesquisas.
O Molnupiravir interfere com uma enzima durante sua ação. Essa enzima é usada pelo vírus da Covid-19 para copiar o código genético e se reproduzir. O remédio basicamente atrapalha essa reprodução.
Não há informações sobre efeitos colaterais. A empresa informou apenas que o grupo que tomou placebo teve ligeiramente mais sintomas do que quem recebeu o remédio. Caso seja aprovado, o comprimido da Merck deve ser o primeiro do mundo usado contra a Covid-19.
Durante os testes, o medicamento foi usado em pessoas com os primeiros sintomas da doença durante cinco dias com uma pílula a cada 12 horas. A farmacêutica ainda diz que não há evidências de que o Molnupiravir possa ser usado contra pacientes em estado grave.
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