Apesar de a campanha de vacinação contra a Covid-19 avançar em todo o Brasil, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, defende que todo o Estado de São Paulo seja colocado imediatamente na fase vermelha. A afirmação foi feita nesta terça-feira (2), em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Não bastassem os constantes recordes nacionais da média móvel de óbitos por Covid-19 nas últimas semanas, o governo paulista anunciou na segunda-feira (1°) que 73,6% de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Estado estão ocupados por pacientes com Covid-19. A segunda-feira marcou, inclusive, nova atualização do Plano São Paulo: a região metropolitana voltou para a fase laranja e os horários de funcionamento de atividades comerciais foram restringidos novamente.
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Ainda assim, essas ações podem não ser suficientes para frear a disseminação do novo coronavírus no Estado. “Eu defendo que o Estado todo seja colocado imediatamente em uma fase mais restritiva, com diminuição da circulação principalmente a partir das 20h para evitar festas e aglomerações. Isso deveria ocorrer por um período mínimo de 15 dias. Com isso, conseguiríamos esfriar a velocidade inicial de transmissão da P.1 e ganhar mais tempo”, declarou.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, medidas como uso de máscara, diminuição de atividades, restrição de movimentação e distanciamento são as únicas alternativas restantes. Isso porque a vacinação de 50 milhões de brasileiros — quantidade mínima para fazer efeito sobre a mortalidade geral — ainda deve levar um tempo. Além disso, a vacinação não pode ser desculpa para descartar as medidas de proteção.
Covas ressalta que o momento atual da segunda onda da doença no país é de “extrema preocupação”, ainda mais após estudos identificarem que a variante brasileira é duas vezes mais contagiosa. A defesa de Dimas Covas para medidas mais restritivas no auxílio ao combate da Covid-19 é totalmente contrária às falas do presidente Jair Bolsonaro. Na segunda-feira, Bolsonaro criticou as medidas adotadas pelos Estados e disse que o lockdown não será eficaz para frear a disseminação do novo coronavírus.
Fonte: Band