Após sacrificar milhares de visons no mês passado, a Dinamarca pretende desenterrar os animais e incinerar os corpos. A ação, votada no parlamento dinamarquês no domingo (20), ocorrerá apenas em maio de 2021 para garantir que os manuseadores não sejam contaminados pelo Sars-Cov-2. Os animais foram abatidos segundo a premissa de serem mais suscetíveis ao contágio e transmissão da Covid-19, bem como para eliminar uma possível mutação do vírus.
De acordo com o site Bloomberg, as carcaças apodrecidas dos visons sacrificados podem representar um novo risco de contaminação, visto que algumas fontes de água podem já ter sido poluídas. Desta forma, a incineração de até 5,5 milhões de visons será necessária, relata o The Wall Street Journal.
publicidade
A sentença de morte dos animais, assinada no ano passado pela primeira-ministra Mette Frederiksen, autorizou o abate de 17 milhões de visons, considerando o surto da doença em várias fazendas do país.
“Assim que os visons não estiverem mais contaminados com Covid-19, eles serão transportados para uma instalação de incineração, onde serão queimados como lixo comercial”, disse o Ministério da Alimentação e Agricultura em comunicado.

Cabe lembrar que a ação polêmica resultou no enterro de milhões de corpos do mamífero. E, recentemente, por conta dos gases de nitrogênio e fósforo produzidos por sua decomposição, os visons começaram a ‘ressurgir’ do solo. O fato deixou moradores da região oeste da Dinamarca preocupados com novas infecções.
Os visons são comumente utilizados para a produção de casacos de pele, o que movimenta pelo menos US$ 750 milhões por ano no país nórdico. A extermínio levou prejuízo a uma das maiores indústria de roupas de luxo da União Europeia.
Contágio pelos visons
Itália, Espanha, Holanda, Suécia e Estados Unidos também encontraram vestígios do vírus que causam a Covid-19 em criações de visons. Ao contrário da Dinamarca, porém, nenhum dos países tomou a decisão extrema de exterminar os animais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselhou “todos os países a melhorar a vigilância para Covid-19 na interface humano-animal onde reservatórios animais suscetíveis são identificados, incluindo fazendas de visons”.
Fonte: BBC