Um estudo produzido pelo Centro Médico Beth Israel Deaconess, nos Estados Unidos, apontou que a maior parte dos efeitos colaterais sentidos por pessoas que tomaram a vacina contra a Covid-19 são provenientes do psicológico.
O acontecimento é conhecido como efeito nocebo, contrário do efeito placebo, e ocorre quando o paciente sente reações desagradáveis que não possuem relação com o fármaco ingerido.
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Os pesquisadores analisaram dados de 12 ensaios clínicos de vacinas contra a Covid-19, totalizando 45.380 participantes. Foram escolhidos voluntários de ensaios clínicos para comparar os efeitos da vacina em pessoas que, de fato, tomaram o imunizante e aquelas que receberam o placebo.
Cerca de 35% dos participantes que receberam placebo relataram dor no corpo, febre e cansaço após a primeira dose. Enquanto isso, 46% pessoas que tomaram a vacina declararam sentir as mesmas coisas.
Os pesquisadores então estimaram com base de análises e cálculos que 76% das pessoas que tomaram a vacina e tiveram reações adversas tiveram o efeito nocebo. Na segunda dose, notou-se um número menor, pois provavelmente os participantes se anteciparam, ingerindo medicamentos antes mesmo de sentirem os sintomas.
“Sintomas inespecíficos como dor de cabeça e fadiga — que demonstramos ser particularmente sensíveis ao nocebo — estão listados entre as reações adversas mais comuns após a vacinação contra a Covid-19 em muitos folhetos informativos”, disse o autor do estudo, Ted J. Kaptchuk.
“Esse tipo de informação pode fazer com que as pessoas atribuam erroneamente sensações cotidianas comuns como decorrentes da vacina ou causar ansiedade e preocupação que tornam as pessoas hiper alertas a sensações corporais sobre eventos adversos”, explicou.
“A medicina é baseada na confiança. Nossas descobertas nos levam a sugerir que informar o público sobre o potencial de respostas nocebo pode ajudar a reduzir as preocupações com a vacinação contra Covid-19, o que pode diminuir a hesitação da vacinação”, concluiu o pesquisador.
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