A nova onda de Covid-19 que está sendo vista em Manaus (AM) preocupa os profissionais de saúde que atuam na linha de frente de combate à doença. Isso porque, ao que parece, a variante do vírus encontrada no estado é mais rápida e fatal em alguns casos.
Os profissionais observam, inclusive, que o vírus está causando infecções mais graves, silenciosas e em menos tempo do que o que foi visto até então. Além disso, os mais jovens parecem ser os mais afetados. Com base em dados de óbitos do estado, quatro em cada dez vítimas são pessoas com menos de 60 anos.
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Em entrevista ao Uol, Noaldo Lucena, infectologista e pesquisador, disse que “algo muito diferente está ocorrendo em Manaus. Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos. Claramente estamos diante de um ser invisível que é muito mais patogênico e transmissível. Hoje chegam famílias inteiras com os sintomas ao mesmo tempo, antes era um de cada vez”.
Além disso, foi observado que, de 450 pessoas infectadas observadas por Lucena, 2% tinham comprometimento leve do pulmão. No entanto, o restante apresentava condições que superavam os 50% de comprometimento, exigindo cuidados mais intensos, como internação e até ajuda para respirar.
Outro detalhe presente, como já citado, é a morte de pessoas com menos de 60 anos. Com o que se acredita ser uma mudança no comportamento da doença em Manaus, o estado registra 40,1% de óbitos de pessoas mais jovens – anteriormente, esse total era de 36,5%.
Em relação ao aparecimento dos sintomas, também houve um encurtamento no tempo de agravamento da doença. Anteriormente, os profissionais de saúde observaram que os primeiros sintomas graves apareciam por volta do décimo dia de infecção. Agora, há registros de que isso ocorre por volta do oitavo dia.
Alterações preocupantes da Covid-19 em Manaus
As mudanças no tempo de manifestação da doença têm preocupado diversas pessoas que lidam diretamente com pessoas infectadas pelo vírus. Há informações de que a saturação dos pacientes cai de maneira muito mais rápida e silenciosa.
Além disso, alguns infectados relatam apenas um desconforto no peito, não mais dor aguda como acontecia anteriormente – e que indicava o possível início da doença.
Isso abre um precedente bastante preocupante, principalmente se considerarmos que, com essa possível variação, o quadro pode se agravar rapidamente. Isso é o que pode ter contribuído para o colapso do sistema de saúde de Manaus.
Via: Uol