De acordo com a Arpen-Brasil (Associação Brasileira de Registradores de Pessoas Naturais), no último mês, o número de vítimas fatais da Covid-19 com menos de 70 anos superou o de mortos acima dessa idade. Dos cerca de 77,2 mil óbitos pelo novo coronavírus registrados em março no país, 55,5% foram de indivíduos abaixo dessa faixa etária. É a primeira vez que isso ocorre desde o início da pandemia.
Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de janeiro a março, o número de mortes de pessoas entre 30 e 39 anos subiu 813,95%. Entre 40 e 49 anos, o aumento foi de 880,72%. Em relação à faixa de 50 a 59 anos, o número de óbitos disparou 877,46%. Essas faixas registraram um aumento de mortes superior à taxa global, que foi de 701,58% no fim da 12ª semana do ano.
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De acordo com a Fiocruz, “o comportamento dos indicadores de casos e óbitos das próximas semanas poderá verificar se o rejuvenescimento da pandemia no Brasil será uma mudança sustentada no tempo”.
Em entrevista à CNN Brasil no início de abril, o coordenador-executivo do Centro de Contingência Contra a Covid-19 de São Paulo, João Gabbardo, falou sobre o índice de internações de pessoas mais jovens estar superando o de idosos. Para o dirigente, isso se explica por dois fatores. “Na medida em que vamos ampliando a faixa etária de pessoas vacinadas, ocorre uma consequente redução de novos casos nessas idades. Por isso, está subindo o número de jovens em relação aos idosos. Outro fator é que os jovens se expõem mais. Uns, por necessidade, outros, porque são irresponsáveis, frequentando festas e fazendo aglomerações absolutamente desnecessárias. Isso coloca em risco todo o sistema de saúde”.
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Ainda sem estudos conclusivos, existe também uma corrente de especialistas que acreditam que a variante P1, que se originou em Manaus, possa ter maior impacto entre os jovens, sendo capaz de causar infecções mais graves nessas pessoas. Essa suspeita deve-se ao fato de que a alteração de perfil das vítimas foi mencionada pela primeira vez em janeiro, por profissionais da saúde da linha de frente do Amazonas. No mesmo período, foi descoberta ali a cepa considerada mais transmissível e de maior gravidade.
Para a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os índices confirmam o que já se pretendia quanto à proteção individual daqueles já imunizados contra a Covid-19. “O que a gente espera com a vacinação é exatamente isso: a diminuição dos quadros moderados e graves [na faixa etária vacinada] e, consequentemente, das mortes”, afirma Juarez Cunha, presidente do órgão.
Fonte: UOL
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