Embora de forma mais lenta, as opções e estudos de tratamentos contra a Covid-19 também estão evoluído. De acordo com informações do Medical Xpress, três tipos de terapias já foram comprovadas e aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alguns medicamentos também estão em testes para ajudar no combate ao vírus.
Entre as terapias está uma classe de esteroides chamados corticosteroides. O tratamento é barato e acessível e foi recomendado em setembro de 2020 pela autoridade de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) para aplicação exclusiva em pacientes em estado grave.
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O esteroide combate a inflamação que comumente acompanha os casos graves, reduzindo a necessidade de ventilação e a probabilidade de morte.
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Com medicamentos de artrite
Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também aprovou duas drogas conhecidas para artrite – tocilizumabe e sarilumabe. Ambos os medicamentos suprimem comprovadamente uma reação perigosa do sistema imunológico ao vírus SARS-CoV-2. Elas também reduziram o risco de morte e a necessidade de ventiladores em pacientes internados.
Com anticorpos
Recentemente, também chegou ao mercado recomendado pela OMS o Regeneron, o caro coquetel de anticorpos sintéticos usado no ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua infecção.
No entanto, o fármaco tem restrições e só pode ser usado em pacientes com um tipo de saúde específico que não estejam com a forma grave da Covid-19, mas que tenham a probabilidade do seu desenvolvimento. Segundo a organização, o tratamento com anticorpos também pode ser aplicado em pacientes gravemente enfermos que não conseguem montar uma resposta imunológica adequada.
Em maio, a Food and Drug Administration (FDA) autorizou o uso emergencial de outra terapia de anticorpos monoclonais desenvolvida pela GSK (Sotrovimab). Tratamento que, posteriormente, foi classificado pela comissão europeia como um dos cinco procedimentos mais promissores para a doença.
Tratamentos autorizados no Brasil
No Brasil, a Sotrovimab também foi aprovada pela Anvisa para uso emergencial no início de setembro, sendo o quinto tratamento autorizado no país.
De acordo com informações da Agência Brasil, além desse, a Anvisa já havia registrado o Regdanvimabe, da multinacional Celltrion Healthcare e o Rendesivir, fabricado pela empresa Gilead Sciences. Em abril, também foi autorizado o uso de uma associação de outros anticorpos monoclonais, o casirivimabe e imdevimabe, produzida pelas farmacêuticas Regeneron e Roche. E em maio, foi autorizado o uso de uma associação dos anticorpos banlanivimabe e etesevimabe, produzida pela Eli Lilly.
Tratamentos em testes
Apesar da maioria dos medicamentos antivirais não terem surtido um grande efeito no tratamento conta a Covid-19, diversos laboratórios, como Atea Pharmaceuticals e Roche, estão trabalhando em produtos antivirais ou semelhantes que podem ser tomados por via oral na forma de pílulas.
Um dos mais avançados é o molnupiravir, uma terapia experimental desenvolvida pela Ridgeback Biotherapeutics e Merck que visa impedir a replicação do vírus. Atualmente, o medicamento está na fase3 dos testes e visa não apenas tratar o paciente já infectado com a Covid, mas poderá servir como medida preventiva para casos de contato. Os resultados são esperados até o final do ano.
A fabricante da vacina Pfizer também está desenvolvendo um tratamento com a combinação de duas moléculas como forma alterativa para combate à doença. Na corrida dos tratamentos, a AstraZeneca divulgou no final de agosto resultados preliminares de seu coquetel de anticorpos, afirmando que seu tratamento poderia prevenir a Covid em pacientes frágeis.
A empresa francesa Xenothera também apresentou sua ideia de tratamento. Diferente de todos os tipos mencionados, a companhia trabalha em um tratamento sintético chamado “anticorpos policlonais” baseado em anticorpos suínos que são adaptados ao sistema imunológico humano. A forma de terapia está nos estágios finais dos testes clínicos.
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Quais tratamentos comprovadamente não funcionam?
A hidroxicloroquina, remdesivir, ivermectina e o medicamento anti-HIV lopinavir-ritonavir (Kaletra) provaram ser ineficazes contra a Covid-19, de acordo com vários estudos e ensaios.
A maioria dos medicamentos usados para tratamento e que se mostraram ineficazes foram projetados para tratar outras doenças. Para a especialista em doenças infecciosas Karine Lacombe, isso mostra a necessidade de produzir um novo medicamento com base no que já temos.
“Reposicionar um medicamento é o que você faz em uma emergência no início de uma pandemia”, disse Lacombe, ressaltado que o fato de nenhuma terapia poder ser reaproveitada – além da medicação anti-inflamatória para artrite – mostra o limite desse tipo de abordagem.
Crédito imagem principal: Shutterstok
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