O governo estadual avalia a possibilidade de utilizar todas as vacinas disponíveis em São Paulo para ampliar o grupo de pessoas que vão receber a primeira dose dos imunizantes contra a Covid-19.
Nesta terça-feira (26), o estado registrou 13 mil casos de Covid-19 e 282 óbitos. Vacinar mais pessoas em caráter emergencial seria uma prática eficaz no combate ao crescimento da curva e da gravidade de novos casos da doença.
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A nova variante do vírus que circula no Amazonas, ainda mais contagiosa, também já está presente no estado. Outro fato que pode justificar a adoção da ampliação da campanha de vacinação.
Até então, as doses da CoronaVac e da vacina de Oxford/Astrazeneca estão sendo aplicadas no estado de acordo com as normas federais, que prevê o armazenamento de pelo menos 50% das doses para a segunda fase da campanha de imunização.
Por ora, o governo de São Paulo tem duas opções: requisitar a adoção desta medida junto ao Ministério da Saúde, ou implementá-la por conta própria.
Falta de insumos
O atraso na chegada dos insumos pode atrapalhar a produção de mais doses dos imunizantes. Por ora, o Instituto Butantan anunciou a chegada de um novo lote da matéria-prima para a próxima quarta-feira (3).
No caso da Fiocruz, responsável pela produção da vacina de Oxford/AstraZeneca, a previsão é bem menos animadora. A chegada de insumos para produção de novas doses do imunizante no Rio de Janeiro está prevista para março.
Em nota enviada aos estados, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) prevê um intervalo de pelo menos 14 a 28 dias entre a aplicação da primeira e segunda dose dos imunizantes. São Paulo adotou um prazo de 21 dias entre as doses.
No caso da vacina de Oxford/AstraZeneca, o intervalo entre as doses pode ser maior, podendo se estender por até quatro meses. Um fator que pode ajudar a lidar com a falta de doses da vacina não só no Brasil, como no mundo. Além de oferecer um prazo maior para a produção de novas doses do imunizante.
Número limitado de vacinas
Das duas milhões de doses da vacina de Oxford importadas da Índia, 500 mil foram destinadas para São Paulo. Em contrapartida, o Instituto Butantan já forneceu quase 7 milhões de doses da CoronaVac para todo o País. Neste caso, cerca de 1,5 milhão de doses do imunizante chinês ficaram em São Paulo.
Vale lembrar que o plano estadual de imunização contra a Covid-19, apresentando em dezembro pelo governador João Doria (PSDB), previa que 9 milhões de paulistas poderiam receber a vacina até março.
O estado mais populoso do Brasil, com 46 milhões de habitantes, concentra 1,7 milhão dos 8,8 milhões de casos da Covid-19 e 52 mil dos 218 mil óbitos registrados durante a pandemia. De acordo com o Vacinômetro, São Paulo vacinou, até a manhã desta quarta-feira (27), mais de 208 mil pessoas.
Fonte: Folha