Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a variante do coronavírus causador da Covid-19 identificada como B.1.617, suspeita de contribuir para o avassalador aumento de casos da doença na Índia, foi encontrada em, pelo menos, outros 17 países. A informação foi dada na última terça-feira (27).
De acordo com a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), a variante, que foi detectada em mais de 1.200 sequências enviadas para a plataforma GISAID, tem uma taxa de crescimento mais alta do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo ser mais contagiosa.
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GISAID é uma iniciativa científica global e fonte primária estabelecida em 2008 que fornece acesso aberto a dados genômicos de vírus influenza e coronavírus. Seu significado, em tradução livre, é Iniciativa Global sobre Compartilhamento de Dados da Gripe Aviária.
“A maioria das sequências carregadas para o banco de dados GISAID vem da Índia, do Reino Unido, dos Estados Unidos e de Cingapura”, afirmou a OMS em seu relatório semanal sobre a pandemia. Outros países onde a cepa foi detectada nos últimos dias foram Bélgica, Grécia, Itália e Suíça.
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Variante “de interesse” e não “de preocupação”
Embora essa versão do vírus possa ser responsável pela explosão de casos recentes na Índia, a OMS classificou a B.1.617 como uma “variante de interesse“, e não “variante de preocupação”. Isso significa que ainda não se sabe ao certo se ela é mais perigosa que a versão original do vírus, isto é, se pode ser mais transmissível, letal ou capaz de driblar proteções vacinais.
Entretanto, o órgão reconheceu que “a B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais alta do que outras variantes circulantes na Índia, sugerindo um potencial aumento de transmissibilidade”.
Tendo em vista que outras variantes que circulavam ao mesmo tempo na região também apresentavam maior transmissibilidade, pode-se considerar que a combinação pode estar desempenhando um papel importante na situação catastrófica da Índia. Porém, segundo a OMS, “outros fatores” podem estar contribuindo, como a fraca adesão da população às medidas de saúde pública, bem como reuniões em massa.
Em torno de 350 mil novos casos foram registrados no país apenas na terça-feira, impulsionando um aumento no número de casos globais para 147,7 milhões. O vírus já matou mais de 3,1 milhões de pessoas em todo o mundo.
Fonte: Medical Express