As vendas de tuítes, memes e áudio de pum (é sério) já mostraram a imensidão de elementos que podem ser operados no mercado de token não fungível (NFT). Agora, o novo “produto” a ser leiloado nesta modalidade será o código-fonte da World Wide Web — o famoso “www” —, criado em 1989 pelo físico Tim Berners-Lee.
Escrito nos primórdios da internet e essencial para o compartilhamento de informações, o código-fonte da World Wide Web foi lançado gratuitamente, já que Lee nunca teve o costume de patentear suas invenções.
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No entanto, o “www” será leiloado como NFT no próximo dia 23, por uma oferta inicial de US$ 1 mil. Todo o lucro da venda — que possivelmente atingirá a casa dos milhões — será direcionado para beneficiar iniciativas apoiadas por Berners Lee e sua esposa Lady Rosemary Leith, de acordo com a Sotheby’s, sociedade de vendas por leilão sediada em Londres.
“Há três décadas, criei algo que, com a subsequente ajuda de um grande número de colaboradores em todo o mundo, tem sido uma ferramenta poderosa para a humanidade. […] NFTs, sejam obras de arte ou um artefato digital como este, são as mais recentes criações lúdicas neste reino e o meio mais apropriado de propriedade que existe” disse Lee em comunicado.
Ainda segundo a Sotheby’s o leilão do NFT de Lee será dividido em quatro partes: arquivos com registros de data e hora contendo o código-fonte escrito pelo criador; uma visualização animada do código; uma carta de Lee com reflexões sobre o código e o processo de criação; e um pôster digital com o código completo, incluindo um gráfico de sua assinatura física.
Os arquivos leiloados como NFT contêm cerca de 9.555 linhas e incluem implementações de linguagens e protocolos criados por Lee, como o Hypertext Markup Language (HTML), Hypertext Transfer Protocol (HTTP), e Uniform Resource Identifiers (URIs). Isso sem contar documentos em HTML que ensinavam os novos internautas a utilizarem a aplicação.
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Entenda o que é NFT
A sigla NFT é derivada do termo non-fungible token (token não fungível, traduzido para o português). Ele funciona, desde 2017, como uma espécie de selo que certifica o ativo como original. E quando se fala em “ativo”, isso não se restringe a investimentos ou bens de colecionador. Envolve quadros, músicas, fotos digitais, desenhos, posts e tudo o que se pode imaginar — seja palpável ou não.
A foto de seu artista favorito, por exemplo, pode ser facilmente encontrada no Google. Ou seja, qualquer um pode baixá-la e tê-la em seu computador ou smartphone.
No entanto, esse mesmo artista pode disponibilizar 100 fotos digitais com certificados NFT, o que torna esse poucos exemplares como únicos e originais. Enquanto outras pessoas poderão ter a mesma foto baixada do Google, o usuário que comprar o ativo poderá afirmar que a imagem adquirida é autêntica e única.
Não à toa, o avanço do NFT deve provocar uma verdadeira revolução no mercado nos próximos anos, embora tenha perdido o “fôlego” nos últimos meses. Seja com a venda de obras ou mesmo dos direitos autorais de determinado ativo — sim, a pessoa poderá tornar-se sócia e lucrar cada vez que a música tocar na rádio, por exemplo —, o token não fungível parece ser a nova forma de ganhar dinheiro e, ao mesmo tempo, valorizar o ativo em questão.
Fonte: Mashable/Folha de São Paulo
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