O hospital Brigham and Women’s, em Boston, nos Estados Unidos não autorizou a realização de uma cirurgia de transplante de coração em um paciente pois, entre outros motivos, o homem não havia tomado a vacina contra a Covid-19.
O pai do paciente DJ Ferguson, de 31 anos, afirmou que seu filho precisa de um coração urgentemente, mas foi tirado da lista de futuros transplantes do hospital. De acordo com o pai do paciente, a vacina contra Covid-19 vai contra os princípios básicos de Ferguson e ele “não acredita nela”.
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Em um comunicado enviado à BBC, o Brigham and Women’s Hospital afirmou que “dada a escassez de órgãos disponíveis, fazemos tudo o que podemos para garantir que um paciente que recebe um órgão transplantado tenha a maior chance de sobrevivência”.
Um porta-voz disse que a instituição exige “a vacina contra Covid-19 e determinados comportamentos e estilo de vida para os candidatos a transplante para criar a melhor chance de uma operação ser bem-sucedida e otimizar a sobrevivência do paciente após o transplante, já que seu sistema imunológico é drasticamente suprimido”.
O paciente está no hospital desde 26 de novembro por sofrer com um problema cardíaco hereditário que faz com que seus pulmões se encham de sangue e fluido. Ferguson possui uma vaquinha on-line e o organizador da forma de arrecadação disse que o paciente está preocupado com a possibilidade de sofrer inflamação cardíaca, o que poderia ser perigoso devido à fraqueza de seu coração e por isso não se vacinou.
O efeito é previsto pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, mas é considerado temporário. O órgão informa que todos os receptores de transplantes e aqueles próximos devem estar completamente vacinados contra a Covid-19, inclusive com a dose de reforço.
O diretor de Ética Médica da NYU Grossman School of Medicine, Arthur Caplan, disse que o sistema imunológico de uma pessoa que passa por um transplante de órgão é praticamente “desligado” e que um resfriado pode ser fatal.
“Os órgãos são escassos, não vamos distribuí-los para alguém que tenha poucas chances de viver quando outros vacinados têm mais chances de sobreviver após a cirurgia”, completou Caplan.
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