O Japão só vai conseguir vacinar 75% de sua população, o percentual considerado necessário para a “imunidade de rebanho”, em outubro, meses após a data prevista para a realização dos Jogos Olímpicos. Uma ampla campanha de vacinação da população foi uma das promessas do governo do país para que os jogos possam ser realizados em segurança
“O Japão parece estar bastante atrasado”, disse Rasmus Bech Hansen, fundador da empresa de pesquisa britânica Airfinity, à Reuters. “Eles estão dependentes da importação de muitas (vacinas) dos Estados Unidos e, no momento, não parece muito provável que consigam grande quantidade, por exemplo, da vacina da Pfizer“.
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Isso vai contra as expectativas do primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, que afirmou que teria doses suficientes para toda a população em meados de 2021. Os jogos serão realizados entre 23 de julho e 8 de agosto deste ano.
O diretor do programa de vacinação japonês, Taro Kono, afirmou na semana passada que as primeiras doses serão aplicadas em fevereiro, começando com 10 mil profissionais de saúde. Mas não se comprometeu com o objetivo de conseguir vacinas suficientes até junho.
O Japão já tem acordos para compra de 314 milhões de doses de vacinas da Pfizer, Moderna e AstraZeneca, o que seria mais que suficiente para sua população de 126 milhões de habitantes. Mas boa parte de seu plano de vacinação depende da Pfizer, e há risco do governo dos EUA confiscar a produção da empresa para garantir seu próprio programa de vacinação.
“Os EUA precisam de 100 milhões de doses extras da vacina da Pfizer para atingir seus objetivos, e boa parte destes 100 milhões viriam do lote reservado para o Japão, diz Hansen. “Simplesmente não há vacinas suficientes para suprir todos os países com os quais a Pfizer fez um acordo”, afirma.
Em declaração à Reuters, a Pfizer afirmou que está aumentando sua capacidade de produção para atender à demanda global, com o objetivo de produzir 2 bilhões de doses ainda neste ano. A empresa diz que está “trabalhando em conjunto com todos os governos na alocação de doses”.
Fonte: Reuters