O conglomerado japonês Panasonic, parceiro industrial mais antigo da Tesla, decidiu vender todas as suas ações da montadora de carros elétricos, reduzindo assim sua participação a zero na empresa. O valor arrecadado com as vendas foi de nada menos que US$ 3,61 bilhões (R$ 17,82 bilhões na cotação atual). As negociações foram realizadas durante o ano fiscal de 2020, que terminou em março no Japão.
No relatório anual da empresa, que foi apresentado para os acionistas, o valor foi descrito como “receita de venda e resgate de investimentos”. De acordo com a agência de notícias Reuters, a venda acontece em um momento em que a Panasonic busca reduzir sua dependência da Tesla, para quem o conglomerado produz baterias de íon-lítio desde meados de 2010, com algumas tensões nesse relacionamento em alguns momentos.
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A Panasonic comprou 1,4 milhão de ações da Tesla em 2010, por um valor de US$ 21,15 cada uma, em um investimento de US$ 30 milhões. Em março de 2020, essa participação valia nada menos do que US$ 730 milhões. Desde então, esse valor se multiplicou por sete, com as ações da montadora sendo negociadas a US$ 679,82 (R$ 3,35 mil) na última quinta-feira (24).
Hora de vender
De acordo com o analista Ace Research Institute Hideki Yasuda, que foi ouvido pela Reuters, o investimento da Tesla em criptomoedas é o que fez com que o valor das ações crescesse tanto, o que faz com que o valor real dessas ações, seja menor do que seu valor de mercado atual. Por conta disso, a Panasonic escolheu um bom momento para vender seus ativos na montadora.

A relação da Tesla com as criptomoedas é bastante problemática. Primeiro, a empresa começou a aceitar Bitcoins como forma de pagamento para os carros da marca. Além disso, a companhia comprou uma quantidade considerável de ativos da criptomoeda. Porém, algum tempo depois, a decisão das vendas foi revertida sob a alegação de questões ambientais, além disso, Elon Musk, o CEO da empresa, consegue catapultar e derrubar o valor desses ativos com apenas um tuíte.
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De acordo com um porta-voz da Panasonic, a venda da participação da Panasonic na Tesla não afetará a relação industrial das duas companhias. Apesar disso, a Tesla tem diversificado seus fornecedores de baterias para carros elétricos. Recentemente, a empresa fechou acordos com a sul-coreana LG Energy Solutions e com a chinesa CATL.
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