Com o surgimento de novas variantes do coronavírus que parecem proporcionar escape imunológico, em especial com a cepa detectada primeiro na África do Sul, fabricantes de vacinas já começam a produzir atualizações para responder melhor a essa dificuldade. Agora, Pfizer e Moderna já se preparam para testar os novos imunizantes.
É esperado que as vacinas de mRNA, como é o caso das vacinas de Pfizer e Moderna, sejam mais suscetíveis a mutações. Isso porque elas apresentam para o sistema imunológico apenas uma proteína viral, a “spike”, ou apenas “S”, que dá ao vírus o seu formato espinhoso e permite a ligação aos receptores celulares. Se essa proteína mudar o suficiente, o organismo tende a não mais reconhecer o vírus.
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A parte positiva das vacinas de mRNA é que não é nada difícil atualizar o material genético contido no imunizante para produzir resposta para uma nova proteína. A vacina original da Pfizer/BioNTech, por exemplo, foi criada em apenas algumas horas após os pesquisadores terem em mãos o sequenciamento genético do Sars-Cov-2.
A Moderna diz já ter criado essa vacina preparada para responder contra a variante B.1.351, da África do Sul, e agora espera pela autorização dos órgãos regulatórios dos Estados Unidos para começar os testes clínicos.
A ideia da Moderna é testar uma terceira dose em quem já foi vacinado. Esse reforço conteria apenas 50 microgramas do imunizante, que é metade do que a empresa utiliza nas duas primeiras aplicações. Também deve ser testada a vacina contra a nova variante em quem ainda não foi vacinado.
A situação é similar com a Pfizer. A empresa já se prepara para começar o teste da vacina atualizada, com 144 pessoas que participaram da fase 1 dos testes do imunizante original, com a aplicação de apenas 30 microgramas. A expectativa da empresa é de que atualizações vacinais continuem sendo importantes por alguns anos para manter a Covid-19 sob controle.
A Adminsitração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA já afirmou que deve autorizar uma dose de reforço contra mutações com ensaios clínicos pequenos, sem a necessidade de desenvolver um teste gigante de fase 3 com milhares de voluntários, como informa o STAT News.