A primeira onda da Covid-19 não aumentou os índices de suicídios ao redor do mundo, apesar do aumento nos diagnósticos de transtornos mentais, como depressão, ansiedade e ideação suicida. Os dados são de uma pesquisa publicada recentemente na revista científica The Lancet Psychiatry.
O estudo foi realizado em 21 países, incluindo o Brasil, e examinou as tendências de suicídio entre 1° de abril e 31 de julho. Ao contrário do que se pensou que ocorreria, o isolamento social não fez com que as taxas aumentassem, na maioria dos locais elas ficaram estáveis e em outros até diminuíram.
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Apesar do caráter promissor da descoberta, o quadro ainda não está completo e é necessário se manter vigilante, já que, apesar dos índices não terem subido, o número de pessoas que relatou ter pensado em atentar contra a própria vida aumentou.
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“Não devemos pegar os números e dizer: ‘Ah, menos pessoas se mataram no início da pandemia. As coisas devem ter estado bem’ “, declarou o professor associado da Universidade Loyola, em Chicago, Jonathan Singer. “Sintomas depressivos, distúrbios alimentares, todas essas coisas aumentaram. Mas isso não significa que, por estar sofrendo, você vai se matar”, completou.
Fatores de proteção

Apesar de ter aumentado o isolamento de pessoas com transtornos mentais, a primeira onda da pandemia também ofereceu alguns fatores de proteção contra suicídios. O sentimento coletivo de ‘Estamos todos juntos nisso’ pode ter sido benéfico”, escreveram os autores, acrescentando que, para algumas pessoas, passar mais tempo com sua casa pode ter fortalecido seus relacionamentos.
Alguns países também ofereceram redes de segurança financeira, como o auxílio emergencial oferecido por aqui ou proibição de despejos adotadas em outras nações. Porém, eles alertaram que os efeitos econômicos da crise da Covid-19, que pode ser um catalisador para suicídios, ainda podem estar por vir.
Caso você ou alguém que você conheça esteja passando por transtornos mentais ou tenha ideações suicidas, a recomendação é procurar um médico ou psicólogo. Outra medida é entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo telefone 188 ou pelo chat.
Com informações do NBC News
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