O avanço da imunização no mundo anda de forma lenta no começo de 2021. A essa altura já sabemos que pode levar até mais de um ano até que toda a população do Brasil (e de muitos outros países do mundo) seja completamente vacinada. Até lá, e após isso já que provavelmente vão ser necessárias outras vacinações, pode ser preciso uma confirmação de que a pessoa recebeu as doses, é aí que entram os passaportes de vacina para Covid-19.
A ideia já vem sendo estudada há algum tempo, mas por enquanto existe bastante resistência das autoridades, principalmente pelo fato de que as vacinas não impedem completamente os imunizados de transmitirem o coronavírus. “Nós, como a OMS, estamos dizendo que, nesta fase, não gostaríamos de ver o passaporte de vacinação como um requisito para a entrada ou saída [entre países], porque não temos certeza de que a vacina previne a transmissão”, explicou a porta-voz, Margaret Harris, durante coletiva na ONU.
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Apesar disso, de acordo com uma reportagem do The New York Times, o conceito deve ser aplicado mais cedo ou mais tarde, até porque a ideia de comprovantes de vacinação para viagens não é nova, há muito tempo estados e países exigem determinadas vacinas para se entrar no local. A diferença é que a proposta dessa vez é um mecanismo digital.
Passaportes de vacina
A expectativa é que verificação seja feita por um QR Code em aplicativos oficiais ou autorizados pelos governos. A Apple já alertou para o surgimento de apps falsos na App Store e disse que vai aceitar apenas serviços que tenham comprovação das autoridades de saúde.
O problema do registro eletrônico é que ainda não sabemos quanto tempo dura a imunização e nem a eficácia específica das vacinas atuais contra a enxurrada de novas variantes que estão surgindo. Por isso, a ideia a curto prazo é usar os passaportes apenas para viagens internacionais, com a “validade” da vacina aumentando ou diminuindo à medida que mais estudos vão sendo realizados.
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Até o momento, poucos países do mundo anunciaram a utilização do recurso, mas empresas já estão criando apps com a intenção de conseguir autorização das autoridades. Em Israel, um dos países onde a vacinação está mais avançada, o governo já começou a emitir o Green Pass, um certificado, que pode ser digital ou físico, para que pessoas vacinadas possam usar hotéis e outros serviços.
Diversas empresas aéreas também já anunciaram que vão aceitar os passaportes de vacinas, já que alegam não ser possível testar todos os passageiros antes dos voos com antecedência. O estado de Nova York se tornou o primeiro local dos Estados Unidos a implementar o sistema, o Excelsior Pass, desenvolvido com a IBM.
O governo federal dos EUA, no entanto, ainda permanece receoso com os apps. “Não haverá banco de dados federal de vacinações e nenhum mandato federal exigindo que todos obtenham uma única credencial de vacinação”, disse Jen Psaki, a secretária de imprensa da Casa Branca.
Os passaportes de vacina também estão sendo usados em Fake News. Aqui no Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) precisou alertar em uma nota que não existe nenhum tipo de sistema utilizado por aqui e que uma montagem que está circulando nas redes sociais é falsa.