A farmacêutica russa R-Pharm irá iniciar em fevereiro os testes em humanos de uma vacina que combina a Sputnik V com o composto feito pela britânica AstraZeneca com a Universidade de Oxford. Em entrevista à Reuters, a empresa disse que produzirá os dois imunizantes.
Azerbaijão, Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Belarus e Rússia serão os primeiros países a receber os testes, segundo o presidente da R-Pharma, Alexei Repik. Uma fonte próxima ao Gamaleya Institute, desenvolvedor da Sputnik V, também disse que a Ucrânia estará entre os países participantes.
publicidade
Kirill Dmitriev, chefe do fundo russo responsável pela comercialização da vacina no exterior, afirmou que a combinação dos dois compostos aumentaria a eficácia da fórmula da AstraZeneca/Oxford – calculada em 70,4%, contra 91,4% da Sputnik V. Ambas empregam duas doses, uma inicial e uma de reforço, e usam o vírus da gripe comum como vetor.
Em novembro, o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, confirmou que a empresa deve realizar novos testes clínicos após alguns especialistas da indústria mundial de imunologia duvidarem de sua eficiência no tratamento e proteção contra a Covid-19.
“Nós sugerimos tentar um regime que combine a vacina da AZ com o vetor adenoviral humano Sputnik V para ampliar sua eficácia. A combinação de vacinas pode se provar importante durante revacinações”, disse o perfil da vacina russa no Twitter na época.
Cerca de 100 voluntários devem participar das fases 1 e 2 dos testes, recebendo primeiro a vacina AstraZeneca e 29 dias depois, a Sputnik V. A ideia de misturar ou alternar as doses é uma maneira de aumentar o número de pessoas vacinadas contra a Covid-19. Ao mesmo tempo, a Rússia espera que, vendendo milhões de doses de sua vacina pelo mundo, ganhar influência geopolítica – especialmente em países em desenvolvimento.
Via: Reuters