Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco, mostrou que a composição das vacinas de mRNA contra a Covid-19 não interfere no leite materno. O artigo foi publicado nesta terça-feira (6) no JAMA Pediatrics.
Apesar de especialistas já terem descartado a possibilidade de interferências, a tese era muito debatida entre a comunidade científica e mães, que ficavam com receio da imunização afetar o bebê ou o período de amamentação, responsável não apenas por alimentar a criança, mas estreitar vínculos entre mãe e filho (a).
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Foram testadas 13 amostras de leite de sete mães recém-vacinadas com as duas doses dos produtos da Pfizer e Moderna. O leite foi observado por 48 horas após a vacinação e nenhuma alteração foi identificada. Além disso, de acordo com a equipe, mesmo que o composto conseguisse chegar ao leite materno, esse material genético “sofreria degradação pelo sistema gastrointestinal infantil.”

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Apesar do estudo ainda precisar ser feito em uma escala maior, para os cientistas os resultados “fornecem evidências iniciais importantes para fortalecer as recomendações atuais de que o mRNA relacionado à vacina não é transferido para o bebê”, para que assim as mães não tenham que escolher entre a imunização, que é de extrema importância, e a amamentação, tão relevante quanto.
Para o Dr. Michael Grosso, chefe de pediatria do Hospital Huntington da Northwell Health, em Nova York, que não participou da pesquisa, o estudo “aborda uma importante questão de segurança”, já que mulheres que amamentam não foram incluídas nos ensaios da vacina. De acordo com o médico, para que a vacina afetasse o leite ou bebê três coisas precisariam acontecer, são elas:
“Primeiro, alguma parte do material da vacina precisaria acabar no leite materno. Em segundo lugar, esse material precisaria ser absorvido pelo sistema do bebê [lembrando que a razão pela qual a maioria das vacinas é injetada e não administradas por via oral é que o material é decomposto se chegar ao estômago]. E finalmente, se presente e absorvido, o material da vacina precisaria causar danos”, enumerou o pediatra, sugerindo que nenhuma dessas coisas aconteceu, portanto, não é possível dizer que a vacina afete o leite.
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“No passado, muitas outras vacinas foram administradas a mães que amamentavam e não há exemplos em que tenham se mostrado prejudiciais”, acrescentou o médico, lembrando-se de outras situações.
Vale lembrar que o Ministério da Saúde recomenda que tanto lactantes, quanto puérperas e gestantes devem se vacinar de acordo com o grupo prioritário a qual estão inseridas.
A pasta fez uma alteração no Plano Nacional de Imunizações em abril e incluiu todas as grávidas e puérperas no grupo prioritário para receber o imunizante contra Covid-19. Dias antes, gestantes com comorbidades já haviam sido inclusas.
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