A vacina criada pela Pfizer em parceria com a BioNTech foi capaz de neutralizar três variantes do novo coronavírus, de acordo com avaliação publicada pela Nature Medicine.
Segundo o estudo, em testes conduzidos em ambiente de laboratório, cepas do novo coronavírus (Sars-Cov-2) contendo as mutações “N501Y” (Inglaterra) e “E484K” (África do Sul) – respectivamente associadas com uma maior capacidade de transmissão do vírus e um possível enfraquecimento de anticorpos humanos contra ele -, foram totalmente neutralizadas pelo imunizante.
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Os testes foram conduzidos ao longo de janeiro, extraindo o soro de 20 pacientes dos ensaios clínicos da vacina. Todos já haviam recebido as duas doses do imunizante e desenvolveram anticorpos contra a Covid-19. Neste soro, os pesquisadores testaram sua resistência contra as variantes citadas.
A publicação ressaltou que, no caso específico da mutação E484K (sul-africana), a neutralização foi ligeiramente menor. Tanto ela como a mutação N501Y já foram identificadas em alguns casos de infecção no Brasil – primeiro no Amazonas e, depois, em São Paulo e outros estados.
Por causa disso, a Pfizer recomendou cautela, afirmando que continuará o monitoramento da eficácia de sua vacina contra novas variantes do novo coronavírus.
Vacina da Pfizer no Brasil
Ao início das campanhas governamentais de vacinação, em janeiro, apenas o imunizante do laboratório chinês Sinovac, a CoronaVac, se mostrava disponível, enquanto vários outros países contaram com a solução da farmacêutica norte-americana.
Questionamentos levaram a empresa a confirmar que encaminhou três propostas formais de oferta da sua vacina ao governo federal brasileiro – com a primeira sendo encaminhada em agosto de 2020 com entrega prevista para dezembro do mesmo ano. O governo, por sua vez, apresentou ressalvas à medicação e às tecnicalidades exigidas para o seu armazenamento, e o negócio, como diz a expressão, “não foi para frente”.
Desde o último sábado (6), a vacina da Pfizer está em análise de registro definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O registro definitivo é o que permite que uma medicação seja comercializada de forma aberta para a população brasileira. O prazo para essa avaliação é de 60 dias.
Fonte: G1 / Agência Brasil