Na quinta-feira (28), o governo chinês relatou uma alta nos casos de coronavírus, causados pela variante Delta, em três de suas províncias: Nanjing, Sichuan e Jiangsu. Alguns casos também foram notificados na capital Pequim. A nova onda começou depois que nove trabalhadores do aeroporto de Nanjing testaram positivo, no dia 20 de julho. As autoridades chinesas temem que a sobrevida da pandemia se espalhe para todo o país. Além do mais, a maioria dos novos pacientes já foram vacinados, levantando preocupações sobre a eficácia das vacinas contra as novas variantes.
A pandemia do novo coronavírus teve início na cidade chinesa de Wuhan, em janeiro de 2019. Dois anos depois, a China exaltou seu sucesso na extinção da doença dentro de suas fronteiras, permitindo que a economia se recuperasse, inclusive por meio do turismo. Contudo, os recentes casos, provocados pela variante Delta – mutação do vírus, que surgiu na Índia – preocupam o governo local.
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De acordo com a Medical Xpress, os surtos regionais compreendem, geograficamente, a maior extensão de novos casos da doença em vários meses de estabilidade, desafiando os esforços agressivos de contenção da China, que contam com testes em massa, bloqueios, rastreamento de contatos e sólido programa de vacinação.
Mas a problemática maior consiste no fato de que a Delta é altamente contagiosa – e possivelmente mais perigosa. A variante indiana é, segundo pesquisas, cerca de 97% mais transmissível do que a cepa original de Wuhan, o que significa que ela se espalha com muito mais facilidade. Isso apresenta grandes desafios aos esforços de contenção das autoridades chinesas.
Cafés, academias, cinemas e bares de karaokê e até bibliotecas de Nanjing, por exemplo, voltaram a ser fechados. Além disso, a cidade testou todos os seus 9,2 milhões de residentes duas vezes para tentar fazer o rastreamento de contatos e isolar o vírus, segundo Lu Jing, membro da força-tarefa de prevenção de epidemias.
O turismo, conforme as autoridades de saúde da China, é o grande vilão. “Estamos em época de férias de verão, um período de pico do turismo, viagens e encontros. Porém, não deve haver folga na prevenção e controle da epidemia”, disse Pang Xinghuo, vice-diretor do centro de controle de doenças de Pequim.
Outro transtorno provocado pelos novos registros de Covid-19 na China diz respeito a incerteza sobre a eficácia das vacinas contra as variantes. O país mais populoso do mundo já administrou 1,6 bilhão de doses (fabricadas apenas na China). E o governo chinês pretende imunizar totalmente pelo menos 65% de sua população (de 1,4 bilhão de pessoas) até o final deste ano. Estima-se, porém, que até o momento, 233 milhões de chineses já foram vacinados com as duas doses.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e cientistas do mundo todo reiteram que as vacinas ainda são seguras contra as formas mais graves da doença, inclusive provocadas pelas variantes. Ainda assim, novos estudos sugerem que algumas dessas variações – a Delta (Índia) e a Beta (África do Sul) – são mais resistentes as vacinas atuais, ampliando o debate sobre a atualização dos imunizantes e de uma possível dose de reforço.
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