75,8% dos gamers brasileiros afirmam jogar mais durante o período de isolamento social imposto pela pandemia de covid-19. As informações estão de acordo com a 8ª Pesquisa Game Brasil (PGB), importante levantamento sobre o consumo de jogos eletrônicos.
Ainda segundo o estudo, 72% da população do País afirma jogar jogos eletrônicos no geral. E por conta da pandemia, 51,5% dos gamers realizaram mais sessões de partidas online com amigos.
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“60,9% do público afirma ter consumido mais conteúdo relacionados a jogos, e 42,2% disseram ter investido mais dinheiro em jogos durante o período de isolamento social”, destaca Guilherme Camargo, sócio e CEO do Sioux Group, além de professor na pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
“À medida que passamos a ficar mais tempo em casa, o hábito de jogar se tornou mais recorrente e ganhou ainda mais espaço em nosso dia a dia. O distanciamento social se reflete no aumento de interesse em torno da experiência de jogar online, já que foi uma das poucas opções viáveis em tempos de confinamento”, analisa Carlos Silva, Head de Gaming na Go Gamers.
A PGB 2021 nasceu da parceria entre Sioux Group, Go Gamers, Blend New Research e a ESPM. O estudo ouviu 12.498 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal. As entrevistas foram realizadas entre os dias 7 e 22 de fevereiro deste ano.
O perfil do gamer brasileiro: mulher, classe média-alta, branca e jovem
Mais uma vez, as mulheres são maioria dentro da comunidade gamer no Brasil. 51,5% do público de jogos eletrônicos do País é feminino, segundo a PGB, e esta forte presença está relacionada ao tamanho do mercado de smartphones, onde existe uma dominância delas (62,2%).
E embora a principal classe social dos jogadores no Brasil seja a média-alta (B2), com 27,6%, é possível identificar uma ascensão das pessoas de grupos sociais baixos e médios entre o público gamer. Graças à consolidação dos smartphones cada vez mais como principal plataforma no País, quase metade dos consumidores de jogos são das classes C1, C2, D e E (49,7%, na soma).
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A PGB ainda mapeou a etnia dos jogadores brasileiros: quase metade do público se identificou como branca (46%), enquanto outra grande parcela se identificou como parda ou preta (50,3%, na soma). Em relação à faixa etária, a maioria do público é adulta, com 22,5%, e possui entre 20 e 24 anos.
Logo atrás aparece outra classificação de adultos, os que tem entre 24 e 29 anos, que representam 18,6%. Já o público de 16 a 19 anos registra 10,3% dos respondentes, enquanto pessoas de 40 anos ou mais de idade constituem 18,9% dos gamers no país.
Smartphone é a plataforma favorita dos brasileiros
Seguindo a tendência dos anos anteriores, a maioria dos brasileiros (41,6%) ainda prefere jogar nos smartphones. Os consoles ocupam a 2ª colocação, com 25,8% de preferência, seguidos pelo computador (PC), em 3º, com 18,3%.
“O smartphone oferece o melhor custo-benefício com diversas funcionalidades e portabilidade, incluindo uma grande quantidade de jogos gratuitos que ganharam grande destaque no ano passado, como ‘Free Fire’ e ‘Among Us’. Fora isso, os gamers casuais possivelmente se identificam mais com as propostas dos jogos mobile, que oferecem partidas rápidas e mais acessíveis”, diz Silva.
Além disso, quem joga no celular joga mais: 40,8% do público afirma jogar todos os dias. Já nos consoles, essa porcentagem é de 15%, enquanto nos PCs é de 19,6%.
Sobre a duração de uma sessão de jogo, 35% do público mobile joga de 1 a 3 horas, mesmo período de tempo que os jogadores de videogames (31,3%). No computador, a maior parte do público joga por até 60 minutos (27,2%), embora liderem quando o assunto é ficar na frente da tela por mais de 6 horas, com 10,1%.
Cabe destacar que o comportamento do jogador é multiplataforma. Ou seja, mesmo que o game prefira este ou aquele aparelho, consome jogos em duas ou três plataformas.
Renda média familiar do gamer é de R$ 2 mil
Conforme a PGB 2021, a maioria dos gamers brasileiros possui uma renda média familiar de até R$ 2.090 (30,8%), seguidos por uma parcela de 30,3% que afirma ter até R$ 4.180.
O último grupo, por exemplo, só conseguiria comprar um videogame da nova geração, como PlayStation (PS5) ou o Xbox Series X/S se juntasse mais de um mês de renda sem gastar com nenhuma outra necessidade. “O brasileiro acha um jeito de jogar: estende a vida útil das gerações antigas, baixa jogos gratuitos ou se concentra em poucos títulos”, conta Mauro Berimbau, professor da ESPM e consultor Go Gamers.
Além disso, o estudo revela que 45,4% dos gamers no Brasil baixam apenas jogos gratuitos, devido ao preço elevado dos títulos (46,6%); às opções gratuitas que suprem suas necessidades (34,9%); e para não correrem o risco de se arrependerem pelo produto (22,7%). A maioria do público (33%) não investe nenhum valor de outra maneira com jogos, mas 32% gastam em moedas virtuais, enquanto outros 31,4% investem em itens de melhorias e mais 31,1% em expansões e DLCs.
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