De acordo com uma nova pesquisa do Centro de Medicina Genômica do Instituto de Pesquisa do Deserto (DRI), Distrito de Saúde do Condado de Washoe (WCHD) e da rede de saúde Renown Saúde, em Nevada, a exposição à fumaça de incêndios florestais no oeste dos Estados Unidos, em 2020, pode estar associada ao aumento de suscetibilidade e casos de infecções por SARS-CoV-2, vírus responsável por causar a Covid-19.
Publicado no início desta semana no Journal of Exposure Science and Environmental Epidemiology, o estudo analisou a relação entre as partículas finas (PM 2,5) liberadas pelos incêndios e a taxa de resultados positivos para coronavírus feitos na Renown Saúde. De acordo com os resultados, a fumaça prolongada que ocorreu entre 16 de agosto e 10 de outubro de 2020 foi responsável por um aumento de 17,7% no número de casos registrados de Covid-19.
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“Nossos resultados mostraram um aumento substancial na taxa de positividade da Covid-19 em Reno [cidade de Nevada] durante um período em que fomos afetados por fortes incêndios florestais na Califórnia”, disse Daniel Kiser, coautor do estudo.
“É importante estar ciente disso, pois já estamos enfrentando forte fumaça do incêndio do Complexo Beckwourth e com casos de COVID-19 surgindo novamente em Nevada e outras partes do oeste dos EUA”, acrescentou o cientista.
A cidade de Reno experimentou 43 dias de partículas finas junto à fumaça, umas das maiores concentrações quando comparada a outras cidades próximas, como São Francisco, que ficou apenas 26 dias sob o gás.
“Tivemos uma situação única aqui em Reno no ano passado, onde fomos expostos à fumaça de incêndios florestais com mais freqüência do que muitas outras áreas, incluindo a área da baía [de São Francisco]”, disse Gai Elhanan, também coautor do estudo.
“Estamos localizados em um vale intermediário que restringe a dispersão de poluentes e possivelmente aumenta a magnitude da exposição, o que torna ainda mais importante entendermos os impactos da fumaça na saúde humana.”
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De acordo com o Medical Xpress, a pesquisa continua trabalhos anteriores que tentam identificar e controlar variáveis referentes ao vírus, temperatura do ar e número de infectados pela doença na região. Para os pesquisadores, os dados reforçam a necessidade no controle de incêndios, tanto pela questão ambiental, como na saúde pública.
“Acreditamos que nosso estudo fortalece muito as evidências de que a fumaça do incêndio pode aumentar a propagação do SARS-CoV-2…Adoraríamos que as autoridades de saúde pública dos Estados Unidos estivessem muito mais cientes disso, porque há coisas que podemos fazer em termos de preparação do público na comunidade para permitir que as pessoas escapem da fumaça durante os incêndios florestais”, concluiu Elhanan.
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