Há algum tempo, pesquisadores do Centro de Pesquisa do Coronavírus, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, têm alertado que a bagunça na compilação e divulgação dos dados referentes a resultados de testes, hospitalizações, óbitos e de vacinação da Covid-19, prejudicam o enfrentamento da pandemia. Porém, essa bagunça pode ser piorada, quando esses dados são divididos em uma série de subcategorias demográficas.
Para complicar ainda mais a questão, esses dados demográficos, como a etnia das pessoas, por exemplo, são fornecidos de forma agregada por instâncias superiores da administração pública, o que atrapalha governos locais e o público no momento de acessar as informações de suas áreas. Com acesso a dados detalhados, as instâncias menores da administração pública poderiam criar projetos como a implantação de postos de vacinação em pontos mais vulneráveis das cidades.
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Essas informações também podem auxiliar em decisões políticas dos líderes municipais, que podem identificar com maior precisão os pontos críticos, as oportunidades de investir em ativos de saúde pública e no rastreamento de novos surtos quase que em tempo real. Além disso, como o Sars-Cov-2 ainda é um vírus um tanto quanto desconhecido, a disponibilização desses dados demográficos ao público poderia ajudar a comunidade científica a entender seu comportamento.
O que poderia ser feito
Entre os problemas envolvendo a bagunça na compilação e divulgação dos dados demográficos em relação à Covid-19, destacam-se o fato de eles não estarem acessíveis ao público e a governos locais, e a diferença na categorização e definições demográficas de um local para outro. Outro ponto é a maneira que esses dados são divulgados, geralmente, na forma de gráficos ou relatórios em PDF, que contêm dados agregados e pouco detalhados, que dificultam uma análise precisa.

Também é comum que esses dados sejam armazenados em locais de difícil acesso e registrados manualmente. Este processo requer um trabalho muito mais significativo, ao contrário de fluxos de coleta de dados demográficos automatizados, o que eliminaria a necessidade de coleta manual desses dados e auxiliaria a liberação pública dos dados, o que permitiria que funcionários do nível municipal e profissionais de saúde pública acessassem e utilizassem essas informações.
Para resolver essa questão, seria importante que o governo federal e os estados da federação divulgassem dados brutos referentes à questões demográficas, em um formato desagregado, randomizado, individualizado e anônimo. Além disso, esses dados devem ser facilmente acessíveis pelo público e legíveis por máquinas, além de atualizados periodicamente e centralizados, para que assim, vereadores e prefeitos possam tomar decisões embasadas e identificar os riscos em tempo real.
Com informações do Medical Xpress
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