Com exceção de Vênus e Mercúrio, todos os planetas do nosso sistema solar possuem pelo menos um satélite natural, as famosas luas. A mais familiar para nós é a Lua da Terra, um mundo morto e repleto de crateras de impactos, porém, nossa vizinhança possui algumas outras luas que são muito esquisitas para o nosso senso estético.
Cada um dos planetas gigantes do sistema solar externo tem a companhia de uma coleção bem variada de satélites. A maior parte deles é formado do mesmo material dos planetas que os hospedam. E, mesmo longe do sol e sem receber a luz e o calor da nossa estrela, essas luas podem ser tão variadas quanto os próprios planetas.
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Conheça a seguir, o resultado de um levantamento do portal Space, que listou as dez luas mais esquisitas do nosso sistema solar:
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Encélado
Descoberta em 2004 pela sonda Cassini, da Nasa, a lua Encélado, de Saturno, é uma das mais estudadas e debatidas de todo o sistema solar. Com 504 quilômetros de diâmetro e composta basicamente por rocha e gelo de água, este mundo deveria ter congelado há bilhões de anos.
Porém, por conta de um “cabo de guerra gravitacional” entre o gigante anelado e uma outra lua maior, Dione, o interior de Encélado se mantém quente e ativo, o que faz desse mundo um forte candidato a ser um abrigo com condições de abrigar vida dentro do sistema solar.
Calisto
Descoberta por Galileu Galilei, Calisto é a terceira maior lua do sistema solar, sendo um pouco menor que Mercúrio, que é o menor planeta do nosso sistema. Porém, ela é a campeã em um aspecto, o satélite de Júpiter é o objeto com a maior quantidade de crateras dentro do nosso limite de visibilidade.
Essas crateras se dão por conta de sua localização no sistema jupiteriano, já que a gravidade do planeta exerce forte influência sobre o satélite, perturbando as órbitas da passagem de cometas e, por diversas vezes, puxando-os para a morte.
Dáctilo
O asteroide 243 Ida, designado como planeta menos, possui uma pequena lua, com apenas 1,6 km em seu eixo mais longo. Por conta da fraca gravidade do asteroide, é bastante improvável que Dáctilo seja um objeto capturado em órbita. O que se acredita é que 243 Ida e Dáctilo tenham se formado juntas há um ou dois bilhões de anos.
Uma outra teoria defende que Dáctilo pode ser um pequeno fragmento de uma explosão que gerou a família de asteroides Koronis, que possui mais de 300 desses corpos celestes. E ainda existe uma terceira hipótese, que aponta que o satélite da 243 Ida já foi maior, mas se decompôs com o passar do tempo, algo que pode ser a explicação de sua forma esférica.
Jápeto
A terceira maior lua de Saturno, que foi descoberta em 1671, é muito mais escura quando visualizada em um lado de sua órbita em comparação com o outro. Enquanto um de seus hemisférios apresenta uma coloração marrom escura, o outro tem uma cor que tende mais para um cinza bem claro. Imagens da sonda Cassini mostraram que o material escuro pode vir de dentro de Jápeto.
Além disso, a lua também é circundada por uma cordilheira equatorial com nada menos do que 13 km de altura e 20 km de largura, o que dá à lua uma aparência bastante peculiar. Existem algumas teorias sobre a origem dessas montanhas, que vão desde que elas são resquícios “fósseis” de uma época em que Jápeto se estendia mais rápido e se projetava em seu Equador, até de que o satélite já teve anéis, como o planeta que o abriga.
Nereida
Nereida foi a segunda lua encontrada na órbita de Netuno, com uma distância que varia entre 1,4 milhão e 9,7 milhões do planeta que a abriga. Esta órbita é bastante comum em satélites capturados, como asteroides e cometas que são levados pela fortíssima gravidade dos planetas gigantes externos. Contudo, Nereida é muito maior do que a média de satélites desse tipo.
Evidências do sobrevoo da Voyager 2 sobre a lua sugerem que Tritão foi capturada em órbita no Cinturão de Kuiper. Tritão teria então interrompido as órbitas das luas originais de Netuno, ejetando boa parte delas. Acredita-se, porém, que Nereida pode ser uma sobrevivente desse evento, tendo se mantido no limite do alcance gravitacional de Netuno.
Io
Io é a mais interna das quatro gigantescas luas jupiteranas descobertas por Galileu Galilei. Porém, diferente das outras três, que têm uma paisagem sóbria de rocha e gelo, a lua é cheia de cores que se misturam, com tons de amarelo, vermelho e marrom, resultado de uma série de formações minerais esquisitas que estão em constantes mudanças criadas pelo enxofre.
Io é o mundo mais vulcânico do sistema solar, tendo sua superfície observada de perto pela primeira vez durante os voos da sonda espacial Pioneer, na década de 1970, mas sua natureza vulcânica foi prevista um pouco antes de a Voyager 1 chegar perto do satélite, fato que aconteceu em meados ek 1979.
Hyperion
Hyperion é o satélite com a aparência mais esquisita de todo o sistema solar, sua superfície lembra mais uma esponja do mar, com poços profundos e escuros, ornados por cristas afiadas de rocha e gelo, essas mais brilhantes. Além disso, Hyperion foi a primeira lua não esférica a ser descoberta e tem uma órbita bastante excêntrica.
Ao invés de combinar sua rotação e seu período orbital, essa estranha lua de Saturno gira em um padrão caótico, com seu eixo de rotação oscilando de uma maneira bastante imprevisível. Assim como todas as luas do sistema solar externo, sua composição é basicamente água congelada, porém, ela apresenta uma superfície estranhamente escura.
Titã
Titã é a maior lua de Saturno e a única no sistema solar com uma atmosfera própria substancial, ela é basicamente uma nebulosa bola laranja. Dentro de sua opaca atmosfera, existe uma paisagem bastante peculiar, com rios e lagos, diferente da maior parte dos mundos do sistema solar, com exceção da Terra.
Localizada a 1,4 bilhão de quilômetros do sol, a temperatura média de Titã é de -179°C e é essa temperatura assustadoramente fria que faz com que o satélite consiga manter sua atmosfera, que é bastante densa. A composição do satélite é basicamente composta por uma grande quantidade de nitrogênio, com uma proporção relativamente pequena de metano.
Miranda
Miranda é certamente um dos mundos mais esquisitos de todo o sistema solar. Algumas imagens captadas pela Voyager mostram que a lua de Urano, que foi descoberta em 1948, é uma espécie de “colcha de retalhos” de terrenos. Algumas partes do satélite têm uma série de crateras, enquanto outras têm um número próximo de zero desse tipo de formação, indicando um solo mais jovem.
Uma teoria que pode explicar o porquê de Miranda ser como é aponta que o satélite é um “mundo Frankenstein”, ou seja, uma coleção de fragmentos de luas que a precederam, que se aglutinaram em órbita ao redor de Urano. Porém, existe a dúvida sobre quais foram os eventos que causaram a destruição dos satélites que precederam Miranda.
Mimas
As primeiras imagens de Mimas também foram enviadas à Terra pela Voyager 1, em meados da década de 1980. O que mais surpreendeu à época foi a semelhança entre este mundo e a “Estrela da Morte”, de “Star Wars”. Essa semelhança se dá principalmente por conta de sua principal cratera, que foi batizada de Herschel, em homenagem a William Herschel, que a descobriu em 1789.
Mimas é a mais interna das principais luas de Saturno, orbitando mais perto do planeta anelado do que Encélado, mas mais longe do que Pan e Atlas. Com um diâmetro de apenas 396 km, é o menor objeto esférico com gravidade própria do sistema solar. O fato de um corpo tão pequeno ter gravidade própria é bem interessante, já que objetos maiores não conseguiram isso.
Pan e Atlas
Por último, as luas de Saturno Pan e Atlas, que são as menores de todo o sistema solar. Contudo, seu tamanho é inversamente proporcional a sua influência, já que elas podem ser vistas da Terra na forma de uma “lacuna” bastante proeminente criada por elas no sistema de anéis do planeta.
A propriedade mais intrigante desses dois mundos é a sua forma lisa, muito parecida com um disco voador dos filmes trash de ficção científica. Essas duas luas são os exemplos mais famosos das chamadas “luas pastor”, que são pequenos satélites que orbitam dentro ou ao redor de sistemas de anéis de planetas gigantes.
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