No Brasil, estamos longe de imaginar como é viver em um país com a população totalmente vacinada contra a Covid-19. Imaginar as pessoas circulando sem máscara, então, é quase impossível. No entanto, alguns lugares do mundo já vivem esta realidade.
Gibraltar, o estreito território ultramarino britânico entre a Espanha e a foz do Mar Mediterrâneo, está a caminho de ter quase todos seus residentes com mais de 16 anos de idade e sua vasta força de trabalho importada de outros países vacinados. Segundo a ministra da Saúde local, Samantha Sacramento, são mais de 40 mil pessoas (apenas 3,5% rejeitaram a vacina até agora).
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Com mais de 15 mil pessoas totalmente vacinadas e mais de 11 mil esperando a segunda dose, as pessoas com 20 anos já estão sendo chamadas para a primeira dose. Quem vem de outro local do mundo para trabalhar na saúde e na linha de frente por lá também já recebeu a vacina. Agora estão sendo imunizados os trabalhadores de outros países de outros segmentos.
O local está emergindo de uma devastadora onda de contaminação pelo coronavírus, que matou 93 pessoas, principalmente em janeiro e fevereiro deste ano, e infectou mais de 4 mil dos 33 mil moradores desde o começo da pandemia, no ano passado. A geografia compacta e a alta densidade do local justificam a pandemia, junto às novas variantes do vírus.
“Operação Liberdade”
Hoje, há um sentimento de fim de isolamento social em Gibraltar, com times de futebol voltando para o campo (a partida de Gibraltar contra a Holanda serviu de teste para a retomada de eventos, com 50% da capacidade do estádio e imunidade comprovada dos torcedores) e cafés e bares reabrindo. A recente flexibilização de restrições está sendo chamada de “Operação Liberdade”, porém, estudiosos afirmam que a mudança é gradual e está apenas no começo.
A reabertura é difícil num mundo globalizado com acesso desigual a vacinas e novas variantes aparecendo, e este é um desafio que o mundo todo vai enfrentar. “Estar vacinado não é carta branca para se comportar sem restrição”, afirma a ministra da Saúde.
Nos bares e restaurantes, garçons são obrigados a usar duas máscaras e as mesas podem ter, no máximo, seis pessoas – o consumo de álcool não é permitido durante o dia. As escolas foram reabertas seguindo os protocolos de saúde e o toque de recolher passou das 22h para meia-noite – o uso de máscaras continua sendo obrigatório mesmo em áreas não comerciais e com baixa circulação de pessoas.
Ilha do Corvo: primeiro território europeu a atingir imunidade de grupo
A população da pequena ilha dos Açores (Corvo) comemora o título de primeiro território da Europa a alcançar a tão desejada “imunidade de grupo” contra o novo coronavírus. Cerca de 85% da população (400 pessoas) já recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19. “Não conheço outra região que implementou um projeto de vacinação em massa como os Açores fizeram”, afirma Gustavo Tato Borges, presidente da Comissão de Acompanhamento da Pandemia nos Açores.
Na ilha, todas as pessoas com mais de 16 anos de idade foram vacinadas na primeira fase da campanha. Algumas pessoas apresentaram efeitos secundários na segunda dose da vacina, como cansaço e dores musculares e de cabeça, mas nada que preocupe as autoridades locais.
Em fevereiro foram vacinadas mais 322 pessoas e o processo de vacinação foi concluído em março, quando foram imunizados os últimos 16 habitantes.
Fontes: IstoÉ Dinheiro e AP News