Enquanto a vacinação contra a Covid-19 não alcança pessoas suficiente para frear a pandemia, farmacêuticas seguem experimentando formas de impedir que pacientes adoeçam de forma severa quando entram em contato com o vírus. Agora, um coquetel de anticorpos monoclonais se mostrou promissor para impedir complicações, segundo a fabricante.
Em anúncio feito à imprensa, com dados ainda não publicados, a Regeneron afirmou que, em um grupo de 400 participantes, o seu coquetel conseguiu prevenir a infecção sintomática por Covid-19. Nenhum dos voluntários no grupo de tratamento desenvolveu sintomas quando expostos ao vírus, enquanto alguns do grupo placebo acabaram manifestando os sintomas.
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O estudo mirou em participantes considerados de alto risco. Mais especificamente, foram recrutadas pessoas que moravam na mesma casa que um paciente diagnosticado com Covid-19, então elas tinham grandes chances de também serem contaminadas com o vírus.
Entre os 223 pacientes que faziam parte do grupo placebo, 8 acabaram desenvolvendo sintomas, enquanto entre os voluntários que receberam o remédio, nenhum manifestou sintomas, como informa o site STAT.
O estudo mostrou que mesmo com o coquetel de anticorpos recebido, os pacientes ainda eram capazes de contrair o vírus, mesmo sem desenvolver a doença; no entanto, eles parecem menos propensos a isso do que quem não recebeu o tratamento. No grupo placebo, 23 voluntários tiveram diagnóstico confirmado para o Sars-Cov-2, mas apenas 10 dos que receberam o medicamento contraíram o vírus de forma assintomática.
A Regeneron também diz que quem recebeu seu medicamento se curou mais rápido da infecção, com nenhum dos casos durando mais de uma semana, enquanto o grupo placebo teve 40% das infecções durando entre três e quatro semanas. As cargas virais também foram muito mais altas entre quem não recebeu o tratamento, com picos até 100 vezes maiores na comparação com quem recebeu o coquetel de anticorpos.
O coquetel, que incluía 1,2 grama de casirivimab e imdevimab aplicados por meio de injeção, parece proporcionar proteção temporária contra o vírus, diferente de uma vacina, que treina o organismo para conseguir combater uma infecção por conta própria. A empresa crê que o medicamento pode ser útil para indivíduos imunocomprometidos, que têm dificultadas para produzir respostas imunológicas por conta própria, ou então para aqueles que, por quaisquer motivos, não podem ser vacinados, como alergias.