Pesquisadores da Academia de Atenas, na Grécia, acreditam que algumas pessoas possam ser geneticamente resistentes à Covid-19, assim como acontece com outras doenças, para as quais determinados indivíduos têm uma predisposição e outros são “protegidos”.
Dessa forma, certos pequenos ajustes no código genético podem ser incrivelmente úteis não apenas para o indivíduo, mas também para a sociedade.
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![Covid-19: cientistas acreditam que exista resistência genética à doença Covid-19: cientistas acreditam que exista resistência genética à doença](https://trilhasdeconhecimentos.etc.br/wp-content/uploads/2022/03/covid-19-cientistas-acreditam-que-exista-resistencia-genetica-a-doenca_62312373e7e19.jpeg)
Quanto mais soubermos sobre esses genes especiais (e as pessoas que os possuem) melhor, pois pode ser possível criar drogas que podem imitar diferenças genéticas úteis.
Com isso em mente, os investigadores estão à procura de pessoas ao redor do mundo que podem ser resistentes ao vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, pois seus genes podem conter as chaves para o tratamento potencial da doença.
“A introdução do SARS-CoV-2 a uma população ingênua, em escala global, forneceu mais uma demonstração da notável variabilidade clínica entre os indivíduos no curso da infecção, variando de infecções assintomáticas a doenças com risco de morte”, diz o imunologista Evangelos Andreakos da Academia de Atenas, líder da equipe de pesquisa, publicada na Nature Immunology.
“Nossa compreensão da fisiopatologia do vírus da Covid-19 com risco de morte progrediu consideravelmente desde que a doença foi descrita pela primeira vez, em dezembro de 2019, mas ainda sabemos muito pouco sobre a base genética e imunológica humana da resistência inata ao SARS-CoV-2”, explicou Andreakos.
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Outras pesquisas já investigaram a possível proteção genética à Covid-19
Embora não tenhamos muitas informações sobre essa resistência inata, isso não significa que ela não exista. Os pesquisadores observam que, algumas vezes, famílias inteiras podem ser infectadas, com apenas um membro sendo poupado. Há relatos de pessoas que nunca se contaminaram mesmo depois de estarem na ‘linha de frente’ várias vezes.
Segundo o site Science Alert, estudos anteriores já buscaram essas respostas, como no caso da pesquisa que associava a predisposição ao tipo sanguíneo da pessoa. Segundo esse estudo, o tipo de sangue O parecia apresentar uma leve resistência à infecção grave de SARS-CoV-2.
Também houve pesquisas focadas nas proteínas, como os receptores ACE2 ou TMEM41B, que o coronavírus parece exigir para entrar ou se replicar uma vez dentro da célula.
Segundo os pesquisadores, é preciso fazer mais para descobrir aqueles poucos segredos da população que podem ser geneticamente resistentes ao SARS-CoV-2. E eles têm algumas ideias sobre como. “Propomos uma estratégia para identificar, recrutar e analisar geneticamente indivíduos que são naturalmente resistentes à infecção por SARS-CoV-2” , diz a equipe.
“Primeiro, nos concentramos em contatos domiciliares não infectados de pessoas com Covid-19 sintomático. Em seguida, consideramos os indivíduos expostos a um caso índice sem equipamento de proteção individual, por pelo menos 1 hora por dia, e durante os primeiros 3 a 5 dias de sintomas no caso índice”.
Feito isso, eles partiriam para a verificação com testes de PCR negativos e exames de sangue negativos quatro semanas após a exposição, principalmente em busca de células T para confirmar que a pessoa não foi infectada no passado.
Você pode ajudar na pesquisa de investigação genética
Se você acha que está nesse grupo, boas notícias! Os pesquisadores ainda procuram participantes para suas pesquisas. “Já inscrevemos mais de 400 indivíduos que atendem aos critérios de inclusão em uma coorte de estudo de resistência dedicada”, afirmaram.
“O recrutamento colaborativo de participantes do estudo está continuando e sujeitos de todo o mundo são bem-vindos”. Para se candidatar, clique aqui.
Embora as coisas estejam se normalizando aos poucos, sabe-se que a Covid-19 provavelmente existirá por muito tempo ainda, e encontrar pessoas que tenham alguma forma genética de serem poupadas pelo vírus pode ser uma verdadeira bênção para o resto da humanidade – especialmente se surgirem novas variantes altamente contagiosas.
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