Um grupo de pesquisadores identificou 21 medicamentos já existentes que podem ter eficácia contra a Covid-19. Os remédios testados conseguiram inativar o vírus numa cultura de células em laboratório, mas ainda não foram testados em humanos. Publicado na revista Nature, o estudo dá os primeiros passos para que se proponha um tratamento alternativo enquanto drogas específicas para a doença não são fabricadas.
Para chegar aos resultados, os cientistas analisaram 12 mil drogas pertencentes a uma coleção mundial de medicamentos chamada “ReFRAME Drug Repurposing Library”. A grande maioria das substâncias não teve efeito algum, mas cerca de 100 impediram a multiplicação do vírus. Dessas, apenas 21 mostraram eficácia em doses seguras para humanos.
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“Este estudo expande significativamente as opções terapêuticas possíveis para pacientes com Covid-19, especialmente considerando que vários dos compostos testados já possuem registros de segurança clínica em humanos”, afirmou o virologista Sumit Chanda, um dos autores da pesquisa.
Medicamentos foram testados em células cultivadas em laboratório. Imagem: Reprodução/FreeImages
Potencial do remdesevir
Um dos remédios que obtiveram bons resultados foi o remdesivir, criado originalmente para combater o ebola. Outros estudos já haviam demonstrado o potencial da droga contra o novo coronavírus.
Um deles, publicado em maio na revista The New England Journal of Medicine, indicou que a substância reduz o tempo de infecção pela Covid-19. Outro, divulgado na própria Nature, mostrou o efeito positivo do remédio em macacos.
Em maio, o remdesivir foi aprovado em caráter emergencial para tratamento de casos graves de Covid-19 nos Estados Unidos. No Brasil, testes com o medicamento foram autorizados pela Anvisa em junho.
Outras quatro drogas tiveram sucesso quando associadas ao remdesevir: ONO 5334, originalmente desenvolvida para testes contra artrite reumatoide; apilimod, usada no tratamento de doenças autoimunes; clofazimina, utilizada contra a hanseníase; e hanfangchin A, que combate a cirrose hepática.
“Este relatório fornece à comunidade científica um arsenal maior de armas em potencial que podem ajudar a controlar a pandemia global em curso”, completa Chanda.
É de suma importância destacar que os resultados não foram testados em humanos e, portanto, estas drogas não devem ser utilizadas, a menos que haja indicação médica. Os remédios agora serão testados em pequenos animais e mini pulmões criados em laboratório.
Via: Science Alert