Desde que as vacinas contra a Covid-19 chegaram, muitas dúvidas têm surgido. O enorme leque de opções de diferentes imunizantes acabou gerando um turbilhão de notícias e potencializando um terreno para fake news. Entre as tantas perguntas, saber se uma mulher grávida ou lactante pode ou não se vacinar está, talvez, entre o ‘top 5’ dos questionamentos.
Segundo a presidente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da University of Rochester Medical Center, Dra. Eva Pressman, mesmo sendo verdade “que mulheres grávidas e amamentando não foram inscritas em nenhum dos estudos originais, verifica-se que muitas das mulheres inscritas nesses estudos – várias centenas, pelo menos – estavam grávidas e não sabiam”. Ou seja, assim os registros acabam comprovando a eficácia e segurança da vacina em mais de 140.000 mulheres, “o que permite uma escolha muito mais informada, embora os estudos originais pretendessem não estudar as pessoas grávidas.”
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A vacina afeta o desenvolvimento fetal?
Não! De acordo com a médica, que teve sua entrevista divulgada pelo Medical Xpress, “a vacina da Covid não aumenta o risco de defeitos congênitos ou complicações na gravidez – como pré-eclâmpsia ou parto prematuro. Pelo contrário, a infecção por Covid foi associada a um risco aumentado de trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e aborto espontâneo”, o que quer dizer que “a vacina é muito mais segura na gravidez do que a própria doença.”

Posso sofrer um aborto caso me vacine?
Não! Pressman afirma que “os dados que temos da vacina da Covid indicam que ela não aumenta o risco de aborto espontâneo. Por outro lado, a infecção [pelo vírus] aumenta o risco. Portanto, tomar a vacina pode realmente diminuir o risco de aborto, pois diminuiria o risco de contrair uma infecção grave”, por exemplo.
Ainda segundo a especialista, muitas mulheres acreditam que, quando ocorre um aborto espontâneo a culpa é delas, no entanto, a situação é muito comum e acontece em até 30% das gestações. Qualquer tipo de complicação na saúde da mulher durante a gravidez coloca a gestação em risco de aborto espontâneo ou parto prematuro.
“E é por isso que me preocupo tanto com as mulheres que pensam que estão protegendo seus bebês por não tomarem a vacina; na realidade, eles podem estar colocando seus bebês em risco por não tomarem, caso peguem Covid durante a gravidez”, ressaltou.
Em outro artigo, a médica materno-fetal Rochanda Michell também reforça que o aborto espontâneo está além do controle humano e ressalta a importância do apoio da família neste momento. Saiba mais aqui.
Estou amamentando, posso me vacinar?
Sim! Segundo os dados de alguns estudos sobre amamentação antes e depois da vacinação, a imunização também é segura para este grupo e, inclusive, foram observados “que os anticorpos penetram no leite materno e são potencialmente protetores para os bebês”, contou a médica.

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Grávidas: grupo prioritário
Desde abril, no Brasil, o Ministério da Saúde incluiu todas as grávidas e puérperas no grupo prioritário para receber o imunizante contra Covid-19. Gestantes com comorbidades já haviam sido inclusas.
Após a Anvisa pedir a suspensão do uso do imunizante de Oxford/AstraZeneca na vacinação de grávidas, a pasta pediu a paralisação da vacinação de gestantes sem comorbidades. A campanha para o grupo retornou em julho, conforme comunicado divulgado pelo governo federal.
De acordo com o informe, o Ministério da saúde “retoma recomendação de imunizar gestantes sem comorbidades a partir dos 18 anos” e orienta que “os imunizantes aplicados em gestantes devem ser o da Pfizer e a CoronaVac, que não possuem vetor viral. Já as da AstraZeneca e Janssen ficam excluídas da vacinação de gestantes e puérperas justamente por usarem o vetor viral.” O ministério também ressaltou que não devem ser combinadas doses de diferentes vacinas na imunização.
“Houve entendimento de se voltar a vacina nas gestantes sem comorbidades. Não há por que suspender a vacinação, até porque, gestantes, grávidas, que não sabem ainda estarem grávidas, recebem vacinas e têm uma evolução satisfatória e seria benéfico para elas também. Por isso, o PNI entendeu que deveríamos incluí-las novamente”, declarou o ministro Marcelo Queiroga, na época.
Vale ressaltar que, diversos especialista tem indicado a vacinação de grávidas a partir, aproximadamente, de 12 semanas, ou três meses de gestação, para garantir maior segurança a mãe e bebê. No entanto, na dúvida, recomendamos que um médico seja consultado.
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