Um estudo publicado no jornal científico Earth-Science Reviews indica que a civilização humana “nasceu” graças ao impacto de pedaços de um cometa, ocorrido há mais ou menos 13 mil anos, em uma região que, hoje, corresponde a partes do Oriente Médio, América do Norte e Groenlândia.
De acordo com o paper publicado, pedaços se desprenderam desse cometa, atingindo a Terra e, com o impacto, gerando uma espécie de “mini era do gelo” que durou cerca de mil anos. Por causa dessa mudança súbita de clima, animais acabaram morrendo, forçando os humanos da época a mudarem da subsistência de caça para o desenvolvimento da agricultura.
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Martin Sweatman, pesquisador da Universidade de Edimburgo e único autor do material, analisou vários locais de impacto espalhados pelo mundo, constatando que, em vários deles, traços de platina e nanodiamantes – ambos associados a cometas – foram encontrados.
O autor ainda afirma que pelo menos uma civilização antiga chegou a idolatrar o ponto de impacto dos fragmentos do cometa, atribuindo ao estudo também um caso de mudança cultural – por exemplo: os cultuadores enxergaram na pedra espacial um sinal de mudança de hábitos, tendo agido de acordo por uma questão de fé, além das mudanças impostas pela era de frio.
“Essa grande catástrofe parece ter sido eternizada em gravações nos pilares de pedra gigantes de Göbekli Tepe [Turquia], possivelmente o ‘primeiro templo’ do mundo, que é ligado à origem da civilização moderna pelo Crescente Fértil no sudoeste asiático” disse Sweatman.
“Crescente Fértil” é o nome dado à região que compreende a Palestina, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano e Chipre. Altamente irrigada pelos rios Jordão, Tigre, Eufrates e Nilo, a área é, hoje, povoada por cerca de 50 milhões de pessoas. Historicamente, é atribuída à ela a mudança de paradigma da humanidade: nela, o homem desenvolveu a agricultura, efetivamente deixando de ser um caçador nômade para viver do plantio e colheita e estabelecendo moradia fixa.
Com o estudo adicionando um cometa à equação, agora nós podemos ter uma resposta do “porque” essa mudança na civilização humana.
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