Um dos setores que mais precisou correr para se adaptar às mudanças impostas pela pandemia do novo coronavírus foi o da Educação. Com a imposição de medidas de distanciamento social, os maiores desafios das escolas em 2020 foram o acesso à internet e a infraestrutura necessária para a realização das atividades.
Isso é o que aponta uma pesquisa realizada pela União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Itaú Social. O estudo teve participantes de 3.672 cidades do Brasil para determinar quais foram os principais problemas enfrentados pelas escolas em 2020 e neste início de 2021.
publicidade
Acesso à internet é falho
Segundo a pesquisa, 70% dos entrevistados finalizaram o ano letivo até dezembro de 2020. Para isso, a maioria apostou em atividades remotas e monitoramento pedagógico. Finalizar o calendário letivo em tempo, entretanto, não foi fácil em meio aos problemas.
Um dos maiores desafios das escolas foi a conexão remota com os alunos: cerca de 79% das redes apontam dificuldades no acesso à web por parte dos estudantes. “Vale destacar que, em muitos, casos os professores também não tinham acesso à internet. Isso nos leva a pensar em como manteremos o ensino híbrido se nem os educadores têm conectividade”, aponta Luiz Miguel Martins, presidente da Undime.
E os problemas enfrentados pelas escolas não param por aí. A falta de infraestrutura nas redes municipais, por exemplo, foi outro grande desafio. Aproximadamente 95% dos participantes contam que as atividades remotas foram realizadas com materiais impressos, em conjunto com orientações enviadas por WhatApp. “Precisamos ir atrás dos alunos que não tiveram acesso às atividades para não voltarmos 15 anos no tempo”, afirma Ítalo Dutra, representante do Unicef.
Cenário em 2021
Mesmo após a chegada de 2021, os problemas nas escolas continuam. Além das dificuldades no acesso à internet e da falta de infraestrutura, que persistem em muitas redes, é preciso definir como será a retomada das aulas em diferentes âmbitos.
A maioria dos entrevistados planejou iniciar o ano letivo com atividades não presenciais: 63% adotam o ensino remoto neste momento e 26% usam a opção híbrida. Apenas cerca de 4% escolheram o formato presencial. Em São Paulo, a adesão presencial caiu também em escolas privadas.
Por enquanto ainda não há consenso em relação aos melhores protocolos sanitários para a retomada de atividades presenciais. Cerca de 60% das redes ainda discutem quais medidas de segurança devem ser adotadas. Outros 34% já definiram o que fazer e o restante dos entrevistados ainda não havia iniciado a conversa sobre o tema quando a pesquisa foi feita.
O mesmo se aplica aos protocolos pedagógicos. Apenas 23% das redes já se decidiram, enquanto 70% ainda debatem quais opções seguir e 7% não deram início à discussão. “Nós da Undime, temos documentado o pedido de antecipação e aceleração do Programa Escolas Conectadas, mas não houve esse apoio e as escolas fizeram o que puderam”, afirma Garcia.
Via: R7