Não serão todas as pessoas incluídas na fase prioritária de imunização contra a Covid-19 que conseguirão ser vacinadas em um primeiro momento. Isso porque o primeiro lote da CoronaVac, de seis milhões de doses, que começou a ser distribuído nesta segunda-feira (18) será suficiente para vacinar apenas 0,5% dos idosos e 34% dos profissionais de saúde do país.
É o que indica planilha do Ministério da Saúde com a divisão dos imunizantes por estado e grupo prioritário, conforme revela o Estadão. Não há previsão de data para o recebimento de mais doses.
publicidade
Com o número limitado de doses disponíveis, o ministério vai priorizar indivíduos com mais risco. É o caso de idosos que vivem em instituições de longa permanência, cerca de 156,8 mil pessoas – 0,5% dos quase 29 milhões de idosos brasileiros, segundo estimativa do próprio ministério.

Em relação aos profissionais de saúde (2,2 milhões), serão priorizados trabalhadores da linha de frente de combate à Covid-19, em hospitais e postos de saúde. Também serão imunizados funcionários das instituições de longa permanência de idosos e servidores que farão a vacinação.
Vale lembrar que também serão vacinados com o lote inicial da CoronaVac 431,9 mil indígenas e 6,4 mil pessoas com deficiência em instituições de longa permanência.
Segundo estima o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Carlos Lula, o primeiro lote deve se esgotar em uma semana e não há garantias de que, ao término dos seis milhões de doses, o país já tenha recebido nova remessa.
Novo cronograma
Apesar da vacinação contra a Covid-19 já ter começado no estado de São Paulo para profissionais da saúde e indígenas, idosos com mais de 75 anos – que receberiam as doses a partir de 8 de fevereiro – só serão imunizados a partir de 23 de março. O novo cronograma é uma “estimativa”, de acordo com o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, e depende do recebimento de novas doses.
O calendário montado pelo Governo do Estado foi modificado após a venda de todas as doses da CoronaVac para o Ministério da Saúde, como parte do Plano Nacional de Imunização (PNI). Limitado às seis milhões de doses iniciais produzidas pelo Instituto Butantan, o ministério decidiu imunizar somente pessoas acima de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência.
Em entrevista à TV Globo, Aparecido pediu para que idosos que não moram em asilos não procurem os postos de vacinação. “Vamos distribuir (vacinas) para as redes públicas, municipal e estadual, e privada. Nesse primeiro momento, com essa quantidade, vamos priorizar esse universo de profissionais de saúde, idosos em instituições e os quase 1.800 indígenas que temos no município”, disse o secretário.

Cerca de 4,8 milhões de doses estão em fase final de produção e aguardam uma nova autorização da Anvisa para uso emergencial. A produção, porém, depende da chegada de novos insumos vindos da China. “Estamos aguardando apenas a autorização do governo chinês para poder trazer e, assim, iniciar a 2ª etapa de produção. Mas dependemos da matéria-prima para poder continuar esse processo”, afirmou o presidente do Butantan, Dimas Covas.
Cadastro online
De acordo com o governo estadual, 8.250 pessoas já foram vacinadas contra Covid-19 até as 18h desta terça-feira (19). Mais de 305 mil doses da Coronavac foram enviadas para 28 locais das regiões da Grande São Paulo, Sorocaba, Baixada Santista e Vale do Paraíba. No decorrer desta semana, as 645 cidades receberão seus quantitativos iniciais.
Por outro lado, o site “Vacina Já” criado para pré-cadastramento na campanha de vacinação, já teve adesão de um milhão de pessoas. A página recebe o pré-cadastro de pessoas aptas a receber a vacina para garantir um atendimento mais rápido nos locais de vacinação e evitar a formação de aglomerações.
O fornecimento das informações é opcional e a vacinação também será feita sem ele. Apenas será necessário fazer o cadastro completo na unidade de vacinação. A maior parte dos profissionais de saúde vai receber a vacina nos seus locais de trabalho.