Em reunião virtual na terça-feira (2) com 617 prefeitos de São Paulo, o governador do Estado, João Doria prometeu comprar 60 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até o fim de 2021. “A secretaria de Saúde autorizou a compra de mais 40 milhões de doses de vacina. São 20 milhões de Sputnik V e 20 milhões de Pfizer”, afirmou.
Os outros 20 milhões serão doses de CoronaVac, imunizante que é produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Com as aquisições, o objetivo é ter toda a população paulista vacinada até dezembro.
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Além disso, Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo, revelou nesta quarta-feira (3) que a capital paulista negocia a aquisição de 5 milhões de doses do imunizante da Johnson & Johnson e de mais unidades da vacina da Pfizer.
Fase vermelha a caminho
O anúncio da aquisição de vacinas, no entanto, não é a única medida adotada para conter o avanço da Covid-19 em São Paulo. O governador anunciou uma atualização no Plano São Paulo e a imposição de medidas mais restritivas para o Estado a partir de sábado (6).
Na terça-feira, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, defendeu que todo o Estado de São Paulo seja colocado imediatamente na fase vermelha. Segundo ele, a vacinação de 50 milhões de brasileiros — quantidade mínima para fazer efeito sobre a mortalidade geral — ainda deve levar algum tempo. Por isso, medidas como uso de máscara, restrição de movimentação e distanciamento social têm de ser aplicadas para reforçar a proteção contra o novo coronavírus.
Atualmente, a ocupação de 75,3% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Estado por pacientes de Covid-19 é encarada como um momento crítico pela gestão Doria.
Corrida pela vacina
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a compra e a distribuição de vacinas por estados e municípios se o governo federal descumprir o Plano Nacional de Imunização (PNI). A medida fez que governadores e prefeitos de todo o país acelerassem a busca por imunizantes contra a Covid-19 por conta própria.
E essa corrida pelas vacinas não é para menos: na terça-feira, o Brasil quebrou mais um recorde e registrou 1.726 mortes em 24h, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa. Paralelamente, apenas 3,36% da população brasileira foi vacinada até agora, o que indica que a campanha de imunização segue um ritmo bastante lento — um contrassenso em comparação com a capacidade de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Estados como Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná já planejam a compra de vacinas contra a Covid-19 por conta própria, sem depender de verba da União. Já a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) — com adesão de cerca de 100 cidades brasileiras — coordena um consórcio nacional para negociar a aquisição de imunizantes.
Fonte: O Globo