Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) aponta que as mulheres são mais resistentes a contaminação por Covid-19 quando comparado com homens. A pesquisa se iniciou ao analisar que diversos casais tiveram apenas o parceiro homem apresentando sintomas da doença.
A pesquisa foi realizada no início da pandemia do coronavírus, antes do surgimento de novas variantes e antes da vacinação. “Começamos a divulgar que tínhamos interesse nesse estudo, recebemos mais de 2.000 e-mails de pessoas dizendo que estavam nessa situação, que um deles teve [Covid-19] e o outro não, e na maioria dos casos foi o homem que teve e a mulher não”, explicou a geneticista Mayana Zatz em entrevista à CNN Brasil.
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Os pesquisadores realizaram um estudo genômico de 83 casais em que um parceiro teve sintomas da infecção pelo SARS-CoV-2, enquanto o outro não mostrou sinais. “Ao computar os dados, vimos que no grupo dos assintomáticos tínhamos 29 homens e 54 mulheres, ou seja, quase o dobro de mulheres assintomáticas em relação a homens. A gente já sabe em outros estudos que a frequência de homens que tem formas graves da Covid e que vão a óbito é muito maior que entre mulheres, mas queríamos ver o contrário, quem é mais resistente, se são os homens ou as mulheres”, contou Zatz.
O estudo também entrou em contato com os casais que enviaram e-mails contando seus casos. Em cerca de 943 casos o homem é que tinha sido contaminado e transmitiu para a mulher ou era o único do casal infectado. Em outros 660 casos, a mulher era a única doente, ou a que transmitiu para o parceiro.

“Ou seja, nós confirmamos que os homens transmitem muito mais e que as mulheres. Além de serem mais resistentes, elas transmitem menos”, disse a geneticista.
“Um estudo que realizou a análise da saliva, observou-se que os homens têm uma carga viral dez vezes maior do que as mulheres. A gente sabe que a Covid é transmitida pelas gotículas de saliva, e isso explica porque os homens transmitem mais. Ou seja, são duas situações: as mulheres são mais resistentes quando infectadas, e quando têm o vírus, elas transmitem menos que os homens”, concluiu.
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