A variante americana B.1.2 do novo coronavírus, que circula nos EUA desde outubro de 2020, foi detectada pela primeira vez no Brasil na segunda-feira (1°). Identificada no teste RT-PCR de um médico mineiro de 29 anos, a mutação é o primeiro caso confirmado de reinfecção em Minas Gerais.
De acordo com as apurações, o profissional havia voltado de uma viagem ao Rio de Janeiro, onde teve contato com estrangeiros. Como ambas as amostras de swab nasofaríngeo estavam preservadas no Hospital Mater Dei, pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) as encaminharam para o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG) para analisar os sequenciamentos genéticos.
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Alexandre Reis, pesquisador da Ufop diz que, quando as amostras retornaram do sequenciamento, a equipe percebeu que a primeira delas é da linhagem mais dominante no Brasil no ano passado, a B.1.1.28. “Já a da segunda infecção, era uma amostra da B.1.2. Fomos aos portais dos laboratórios de referência mundial e percebemos que foi a primeira vez que ela foi detectada no Brasil“, conta Reis.

O médico, que mora em Sabará e trabalha em Caeté — ambas na região metropolitana de Belo Horizonte —, foi diagnosticado com Covid-19 pela primeira vez em maio de 2020. Na ocasião, ele teve febre, mialgia, tosse seca, faringite e diarreia, mas se recuperou sem internação.
Depois de curado, ele fez dois testes sorológicos: o primeiro, em agosto, detectou a presença de anticorpos IgG, mas o segundo, em dezembro, não os identificou. Acredita-se que esse é um dos fatores que pode ter facilitado a reinfecção pela variante americana.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o Estado registra, até esta sexta-feira (5), 908.869 casos de Covid-19, com 12.204 mortes. O aumento de registros da doença na região nos últimos dias, inclusive, ocasionou a implementação de lockdown em 60 cidades mineiras.
Fonte: O Globo