O Brasil está entre os 30 países que apresentam alto nível de coinfecção entre tuberculose, doença que atinge sobretudo os pulmões, e o HIV. A cada ano, são notificados cerca de 70 mil casos de tuberculose, sendo que em 2020, 76,5% deles foram diagnosticados em pacientes que já carregavam o vírus causador da aids.
O nosso país registrou mais de 66 mil casos de tuberculose no ano passado, o que equivale a 31,6 por 100 mil habitantes. Isso significa uma queda de 16% em relação ao ano anterior, que somatizou 37,4 registros por 100 mil brasileiros. Com a presença do coronavírus, a população teria evitado ir a hospitais e clínicas médicas para realizar exames em geral, inclusive o que detecta a tuberculose.
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Tanto que em comparação com 2019, o ano de 2020 apresentou uma diminuição de 14% no consumo de cartuchos de teste rápido molecular para tuberculose. Os dados estão no Boletim Epidemiológico de Tuberculose, publicado em março de 2021 pelo Ministério da Saúde.
Além disso, o informe indica que, em 2011, 65,3% dos pacientes com tuberculose estavam infectados com o HIV. Já em 2019, a taxa subiu para 82,5%. Em 2020, ela caiu para 76,5%. Os estados que apresentaram as maiores parcelas de coinfecção foram Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além do Distrito Federal.
“O HIV é um vírus que debilita o sistema imunológico. Pessoas que vivem com ele têm quase 30 vezes mais chance de sofrer com a tuberculose”, afirmou Denise Rossato Silva, integrante da Comissão Científica de Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Segundo a especialista, uma a cada três mortes entre pacientes infectados com o HIV é provocada pela tuberculose. Isso a colocaria como a principal causa de óbito nessa população.
Por outro lado, o boletim epidemiológico informa que, em 2020, apenas 45,1% dos indivíduos que apresentam essa coinfecção aderiram aos medicamentos contra o HIV durante o tratamento da tuberculose.
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Outro dado marcante do documento diz respeito à questão de gênero. Entre 2011 e 2020, 69% das ocorrências de tuberculose foram registradas em pessoas do sexo masculino.
“Essa doença sempre foi mais prevalente em homens, porque os fatores de risco são mais predominantes. Consumo de drogas, abuso de álcool e a própria infecção pelo HIV estão entre eles”, contou Silva.
Portanto, a transmissão da tuberculose ocorre por meio da inalação de aerossóis expelidos pelas vias aéreas. Com isso, as partículas lançadas no ar enquanto o indivíduo infectado fala, espirra ou tosse.
Vale lembrar que a doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch. Além dos pulmões, essa bactéria pode provocar danos no coração, nos ossos, no sistema linfático e em outros órgãos.
Fonte: UOL
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