Cerca de 50 pessoas tomaram a primeira da dose da Comirnaty, a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech contra a Covid-19, em Belo Horizonte (MG) na terça-feira (23). O grupo é composto por políticos, empresários, a maioria do setor de transporte de MG, e seus familiares.
Segundo participantes da comitiva, os organizadores da iniciativa são os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da viação Saritur. O imunizante foi adquirido por iniciativa própria, como já previsto em lei, mas as doses não foram repassadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) – como indica a norma legal. As duas unidades da substância custaram R$ 600 por pessoa.
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Os indivíduos receberam o imunizante na garagem de uma empresa do grupo, que funcionou como posto de vacinação. As doses da Pfizer compradas pelo ministério da Saúde para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) só devem chegar ao país a partir de abril.
Segundo relatos, o grupo foi vacinado por uma enfermeira. Ela se atrasou para o compromisso porque, alegadamente, estava atendendo um grupo na Belgo Mineira, mineradora que pertence à ArcellorMittal Aços. A empresa ainda não deu declarações sobre o tema.
Lei determina doação
O projeto de lei que permite a compra de doses de imunizante pela iniciativa privada é de autoria de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), atual presidente do Senado. A família dele é do ramo de transportes em MG. Pacheco diz que não mistura negócios privados com a atividade parlamentar. “A lei aprovada não admite vacinação privada, mas aquisição de vacina para doação ao SUS”, ressalta.
Em nota, a farmacêutica Pfizer nega que tenha vendido vacina contra a Covid-19 no Brasil fora do âmbito do PNI. “O imunizante Comirnaty ainda não está disponível em território brasileiro. A Pfizer e a BioNTech fecharam um acordo com o ministério da Saúde para fornecer 100 milhões de doses ao longo de 2021”, diz o comunicado.
Fonte: Piauí