Nesta altura da pandemia do coronavírus, já não é novidade que a obesidade é um fator de risco para quem contrai a Covid-19. Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), inclusive, já apontaram que a condição aumenta em até 108% o risco de intubação, associando o excesso de peso a casos graves da doença.
No entanto, uma recente pesquisa publicada na Influenza and Other Respiratory Viruses e divulgada pelo Medical Xpress indicou que o sobrepeso e a obesidade podem colaborar para uma piora dos sintomas, principalmente respiratórios, mesmo em pacientes com a forma mais branda da Covid-19.
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O estudo acompanhou 552 adultos, crianças e adolescentes infectados pela Covid-19. O índice de massa corporal (IMC) foi medido para identificar pessoas com sobrepeso e obesidade e, assim, analisar as dificuldades de recuperação de cada um.
De acordo com os resultados, os participantes com obesidade ou que indicavam certo grau de sobrepeso tiveram mais tosse e falta de ar. Também foi observado que os adolescentes com a condição eram mais propensos a ter a doença de forma sintomática – com sintomas – e com duração dos problemas respiratórios de forma mais longa, quando comparados aos adolescentes sem obesidade ou sobrepeso.

Os adultos com excesso de peso também apresentaram mais sintomas respiratórios e com maior durabilidade. As crianças foram as que menos tiveram sintomas – quando comparadas aos adultos e adolescentes.
Para a equipe de pesquisadores, “os dados ressaltam a necessidade de garantir a vacinação contra a Covid-19 de indivíduos com sobrepeso e obesidade”, destacou a autora sênior Pia S. Pannaraj, da University of Southern California.
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Debate importante
O Estudo abre espaço ainda para uma discussão importante: o agravamento da obesidade nos Estados Unidos e em todo o mundo. Além de ter devastado famílias e instalado uma crise econômica global, a pandemia também trouxe problemas emocionais e mentais com a radical mudança de rotina, como o maior tempo, agora, gasto em frente às telas e, consequentemente a redução das atividades físicas, o que, segundo o artigo, “pode contribuir ainda mais para a epidemia de obesidade.”
O documento também ressaltou que os dados mostraram uma crescente na hospitalização da população adolescente negra obesa e também de pessoas de classes sociais mais baixas na mesma condição.
“O relatório observou que o fator de risco mais comum para hospitalização foi a obesidade em 35,8% dos hospitalizados. Além disso, aproximadamente dois terços dos adolescentes hospitalizados com Covid-19 eram negros hispânicos ou não hispânicos no estudo de vigilância de base populacional. A obesidade impacta desproporcionalmente as comunidades negras hispânicas e não hispânicas e pessoas de famílias de baixa renda, que também são mais propensas a sofrer resultados piores da doença. A maioria dos participantes do nosso estudo eram de famílias hispânicas e de baixa renda”, explicou um trecho do artigo.
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