Aos poucos os insumos para vacinas contra Covid-19 presos na China necessários para a produção nacional começam a ser liberados. Agora, o governo de São Paulo anunciou que mais um lote do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da CoronaVac já teve sua entrega programada após imbróglio diplomático.
Em coletiva nesta segunda-feira (1º), o governo afirmou que espera a entrega de 5,6 mil litros do IFA para o dia 10 de fevereiro. O Instituto Butantan espera transformar o material em 8,7 milhões de doses da CoronaVac.
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O material se junta a outro lote já liberado do IFA, que deve chegar a São Paulo nesta quarta-feira (3). São 5,4 mil litros, que devem se transformar em 8,6 milhões de doses da vacina e serão envasados pelo Butantan. No total, os dois lotes devem proporcionar 17,3 milhões de doses, que devem ser envasadas em um ritmo de 600 mil frascos por dia, com conclusão prevista para março.
A primeira fase do acordo do Butantan com a Sinovac prevê 46 milhões de doses da CoronaVac. As primeiras 6 milhões foram entregues já prontas da China e já foram entregues ao Ministério da Saúde. As outras 40 milhões são envasadas pelo Butantan com os IFAs que vêm da China.
A CoronaVac já recebeu a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses envasadas pelo Butantan. Com os novos IFAs já confirmados, o total de doses projetadas para serem liberadas ao Ministério da Saúde supera os 28 milhões.
Já está em negociação também um outro lote de 8 mil litros do IFA, que serão importantes para completar os 46 milhões previstos na primeira fase. Ainda não há previsão para liberação desta remessa, mas o Butantan espera conseguir entregar todas as doses previstas até abril.
O instituto também negocia com o Ministério da Saúde mais 54 milhões de doses da CoronaVac, referentes à segunda parte do acordo com a Sinovac. O acordo ainda não foi assinado, mas o diretor do Butantan, Dimas Covas, confirmou ter recebido uma manifestação de interesse.
Considerando que a CoronaVac prevê duas aplicações por pessoa para despertar imunidade contra Covid-19, o volume projetado até o momento será suficiente para imunizar 25% da população nacional. A partir do segundo semestre, espera-se que o Butantan conclua a transferência de tecnologia e consiga produzir a vacina localmente, sem depender do recebimento do IFA da China, mas ainda sem uma previsão concreta.