A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se pronunciou sobre um áudio do dono da União Química, Fernando Marques, divulgado na semana passada. Na gravação, o empresário acusa o órgão de favorecimento ao Instituto Butantan e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em relação à vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o que estaria impedindo a aprovação do uso emergencial da Sputnik V.
Em nota, a agência informa que negocia o uso emergencial do imunizante com o laboratório desde janeiro e reforça que não tem preferência por nenhuma farmacêutica. “A Anvisa é um órgão de Estado, com a missão de garantir a segurança sanitária da população brasileira.”
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Além disso, a agência destaca que a União Química ainda não enviou toda a documentação necessária para requerer o uso emergencial da Sputnik V. “A agência reiterou, no processo protocolado pela empresa em 15 de janeiro, a necessidade de envio de documentação complementar para que a análise possa ser feita.” A empresa tem até 16 de maio para enviar os dados faltantes: nessa data termina o prazo de 120 dias para o cumprimento dos requisitos.

Anvisa, União Química e Sputnik V
Em 18 de março, Marques acusou em uma mensagem de áudio a Anvisa de favorecer o Instituto Butantan e a Fiocruz na fabricação e distribuição de imunizantes contra a Covid-19. No áudio, ele afirma que o uso emergencial da Sputnik V ainda não foi concedido por interesses políticos.
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A assessoria da União Química confirmou a autenticidade da gravação. “Fernando de Castro Marques, como cidadão, fez um desabafo emocionado ao também empresário brasileiro Luciano Hang, presidente da Havan (…) sobre a enorme barreira para viabilização da vacina Sputnik no Brasil”, frisa a empresa.
A Anvisa, por sua vez, afirma que o processo ainda não foi iniciado porque a União Química não enviou toda a documentação necessária para o trâmite. Apenas quando todos os dados forem enviador será possível analisá-los para avaliar se é possível permitir o uso emergencial da Sputnik V no Brasil.