Agora é oficial: Jeff Bezos não é mais o CEO da Amazon. O homem mais rico do mundo deixa o cargo após atuar na função desde a fundação da gigante, há exatos 27 anos (5 de julho de 1994). Nesta segunda-feira (5), a seção de relações com investidores no site da companhia passou a listar Bezos como presidente-executivo da e-commerce. enquanto Andy Jassy, diretor-executivo da Amazon Web Services (AWS) desde 2003, foi enquadrado como o atual CEO da empresa.
Durante o legado de quase três décadas, Bezos fez com que a Amazon sobrevivesse ao estouro da bolha das “pontocom”, no final da década de 90, batalhou contra grandes redes de livraria, integrou vendedores terceirizados à sua plataforma, ampliou os serviços da companhia para o mercado de computação em nuvem, ingressou em redes de supermercados e até criou suas próprias lojas autônomas.
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Como consequência dessa gestão, a Amazon tornou-se uma das maiores big techs da atualidade — ao lado de outras gigantes como Apple, Google, Facebook e Microsoft. Já tratando-se de feitos pessoais, o crescimento desenfreado da gigante nos últimos anos fez com que Bezos alcançasse o posto de homem mais rico do mundo, com um patrimônio estimado em aproximadamente US$ 177 bilhões.
Boa sorte, Jassy
A mudança de gestão significa um dos momentos mais importantes na história da Amazon, que teve o mesmo CEO por toda a sua existência. E isso, naturalmente, demandará um grande desafio para a carreira de Andy Jassy.
Formado na Harvard Business School em 1997, Jassy liderou a AWS desde que a divisão focada em computação em nuvem foi criada, em 2003. Em 2016, o executivo foi nomeado como CEO da unidade e tem desempenhado um ótimo papel desde então — no final de 2020, a AWS respondia por um terço do mercado global de computação em nuvem.
Mas as responsabilidades vão aumentar (e muito). Além dos serviços da AWS, Jassy terá de administrar uma das maiores e-commerce do mundo e a expansão da Amazon para o varejo físico. Também terá que gerir o crescimento no ramo de entretenimento — ainda mais com a recente compra do estúdio MGM —, os esforços de uma divisão de videogames, sem contar nos investimentos voltados para moda e saúde.
Além disso, o atual CEO da Amazon terá de enfrentar o cerco de reguladores antitruste contra sua empresa (e outras big techs), principalmente por órgãos europeus. E acompanhar o crescimento do legado de Bezos, conciliando processos de práticas anticompetitivas e impasses trabalhistas, definitivamente, não será tarefa fácil.
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Em evidência
Deixar o cargo de CEO da Amazon, no entanto, não significará para Jeff Bezos sair dos holofotes mundiais. Vale lembrar que ele seguirá como presidente-executivo da gigante, mas deverá focar seu tempo e energia em outras atividades.
De acordo com o tabloide americano The Washington Post, o homem mais rico do mundo agora deverá seguir os passos de Bill Gates, ex-CEO da Microsoft, e dedicar-se a ações filantrópicas, com foco nas fundações Day One Fund e Bezos Earth Fund.
Além disso, Bezos vai viajar até a borda do espaço, em 20 de julho, na primeira missão tripulada do foguete construído pela Blue Origin, o New Shepard. E ainda existe a possibilidade de o executivo enfrentar novas investigações, já que uma recente publicação da ProPublica citou Bezos como um dos 25 norte-americanos mais ricos do país que pagaram impostos federais irrisórios nos últimos anos.
Isso significa que o ex-CEO da Amazon vai figurar — por um bom tempo — nas páginas de jornais e nas manchetes de portais do mundo todo. Se não pelos seus planos futuros, pelo seu legado que definitivamente marcou história na era da economia digital.
Fonte: The Verge
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