Seis meses. Esse foi o tempo necessário para que o ecossistema brasileiro de startups batesse o recorde de captação de investimentos. Segundo o relatório Inside Venture Capital Report divulgado na última quarta-feira (7) pelo Distrito, o setor conseguiu arrecadar US$ 5,2 bilhões de janeiro a junho deste ano, muito em função da chegada de novos unicórnios e 11 mega rodadas de financiamento.
Para efeitos comparativos, o montante aportado durante o primeiro semestre supera, com sobras, os US$ 3,5 bilhões investidos em startups no ano passado — recorde até então. Já na comparação com o mesmo período de 2020, houve um crescimento de 295,8% no volume de investimentos, além de um acréscimo de 83 deals (339 aportes no total). Destaque para o mês de junho que, ao captar mais de US$ 2 bilhões por meio de 63 rodadas, tornou-se o mês com maior volume de capital na história do mercado brasileiro.
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“Sabíamos que ultrapassaríamos a marca de US$ 5 bilhões, mas não imaginávamos que seria tão rápido”, disse Gustavo Gierun, cofundador do Distrito. “O Brasil faz parte do cenário de tecnologia mundial. Os cases de sucesso e constantes anúncios de unicórnios atraem a atenção de investidores estrangeiros e faz com o que o mercado se retroalimente”, completou.
Ao todo, foram 11 mega rodadas acima dos US$ 100 milhões: US$ 1,15 bi (Nubank), US$ 525 mi (Loft), US$ 400 mi (Ebanx), US$ 300 mi (QuintoAndar), US$ 220 mi (Gympass), US$ 212 mi (Loggi), US$ 200 mi (Mercado Bitcoin), US$ 190 mi (MadeiraMadeira), US$ 190 mi (Cloudwalk), US$ 138,9 mi (Buser) e US$ 126,5 mi (Hotmart).
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Dentre essas startups, Hotmart, Mercado Bitcoin e MadeiraMadeira tornaram-se novos unicórnios, ou seja, passaram a valer mais de US$ 1 bilhão. Aliás, a fintech C6 Bank também recebeu o título em junho, o que estimula o setor a ultrapassar a marca de 2020, quando cinco startups foram elevadas a unicórnios.
Ainda de acordo com o report, a maior parte dos deals está concentrada em startups em estágios iniciais: foram 234 rodadas (64%) nessas etapas em 2021. No entanto, o maior volume foi aportado em negócios mais avançados (Series G), com US$ 1,15 bilhões captados em duas rodadas do Nubank.
Inclusive, falando de fintechs, o setor mais aquecido do ecossistema foi responsável por concentrar 50% do volume investido no Brasil (US$ 2,4 bilhões em 72 deals). Também foram reportadas 113 fusões e aquisições neste ano — dois terços do total realizado em 2020 —, geralmente entre startups ou por startups.
E, bem, o número deve ser ainda mais positivo, já que ainda faltam mais seis meses pela frente e o mercado de startups deve seguir aquecido até lá. “É notável o quão crescente tem sido essa prática no mercado, conforme grandes empresas buscam inovação internamente e startups vêm a estratégia como forma de escalar. Com o ecossistema irrigado por capital e com as startups atuantes e ávidas por consolidar posições, acreditamos que ultrapassaremos os 250 deals até o final do ano”, completou Tiago Ávila, head do Distrito Dataminer.
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